Convocação dos aposentados por invalidez para fazer pericias. É A HORA DE ENFRETAR O MEDO...

     Ontem foi aprovado a emenda que o governo TEMER, desejava desde o ano passado. Depois de voltar pela terceira vez, nem mais discutiram e aprovaram logo.
Quero explicar que para uma pessoa se aposentar por invalidez, ela passa por perícias durante seis anos, de quatro em quatro meses, pelo menos foi o que aconteceu comigo.
     Em 1998 tive câncer no pé, sem poder andar por quase um ano, foi feito enxerto, mesmo assim há uma buraco que me impede de calçar calçados fechados por muito tempo, pois sangra.
     Junto ao problema do câncer, sempre fiz tratamento de depressão bipolar e síndrome do pânico com distúrbios de ansiedade crônica. Em 2008 o câncer voltou novamente, e com ele hipertensão, diabete, labirintite, e continuo tomando 3 antidepressivos. Fico o dia todo sentada em minha sala e pouco saio de casa. Não consigo sair sozinha, já tentei, mas não consigo, passou mal, fico tonta, náuseas, as vistas ficam escuras, a cabeça dói, não consigo sair do lugar. E talvez daqui a alguns dias terei que fazer perícia para voltar a trabalhar. Meu trabalho era como assistente de um laboratório químico, de agrotóxicos para lavouras e inseticidas. Muitas pessoas que trabalham nestes lugares insalubres, na produção adoecem, com problemas neurológicos e câncer, a maioria não tem a segunda chance como eu tive de estar viva e para contar a história.
     Como eu, há muitos casos estão nesta mesma linha, existem também muitas fraudes, é certo...MAS EU NÃO SOU UMA FRAUDE E VOU TER QUE PROVAR...
Fico desesperada só de pensar que não terei mais o dinheiro para pagar o meu plano de saúde, de onde faço meus exames, vou ao médico e até fico internada quando preciso, quando a pressão e o diabete ficam fora do controle.
Vou aguardar com meus exames e receitas que sempre guardo e a carta do meu médico.
     Seja qual for o resultado, não volto para aquela fábrica, arriscar a minha pele de novo, já que tenho grande probabilidade de ter câncer novamente, por causa dos agrotóxicos. E o que vou fazer lá com tanta tonteiras, fadiga, mal estares, e com quase 60 anos, em agosto faço 59.
     Esta crônica é mais que um desabafo, é o medo que toma conta agora de minha vida, a insegurança...Não posso parar com os antidepressivos porque fico tremendo sem parar por causa dos problemas neurológicos.
     Bom não adianta também sofrer antes da hora. E posso recorrer na justiça. Minha empresa não vai me querer trabalhando, pelo que conheço dela. Estou fora dela desde 1998, quando sai muito ruim, e pensei que ia morrer. Tenho trauma de Câncer, ele deixa marcas no corpo e na mente. Só quem passou pode contar. Não tenho estrutura psicológica para aguentar a voltar a trabalhar e nem física, já que nem exercícios pratico pela fadiga que tenho.
     DINHEIRO PARA MORDOMIAS E CORRUPÇÃO, SONEGAÇÕES SEMPRE HÁ. É O QUE ESTAMOS VENDO...Creio que está chegando a hora que poucas mulheres vão conseguir se aposentar, principalmente porque muitas entram no campo de trabalho mais tarde. Creio aliás que muitos nem conseguirão mais se aposentar, e que no futuro muitos filhos vão ter cuidar dos pais idosos sem aposentadoria ou vai aumentar os asilos, como eram algum tempo atrás. Ou que nossos filhos e netos comecem a trabalhar com doze anos. isto se tiver trabalho...
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Voltarei ainda aqui para deixar os resultados e conclusões.

Imagem: do meu pé...Não queria mostrar, pq tenho vergonha, é como expliquei não é qualquer calçado que posso calçar, na minha empresa os calçados são bem fechados para não contaminar com agrotóxicos. E não posso andar muito por causa do atrito que faz sangrar...
Estou bem apavorada...a pele é tão fininha, que sangra por qualquer coisa e atrito...
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É aqui que fico o dia todo...sentada no sofá, se escrevo é porque a posição me permite e não preciso andar. E sendo assim tenho pouco atrito no pé, me protegendo das ferisas...Estou bem triste, mas não adianta sofrer antes. 
Este é o meu gatinho que fica aqui comigo o dia todos, ao meu lado, na beirada do sofá, grudado em mim,
Norma Aparecida Silveira Moraes
Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 01/06/2017
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