O DEPOIS DE VOCÊ

Quem assistiu ao filme “Como eu era antes de você” e não leu o romance da escritora britânica Jojo Moyes, deixou de ficar sabendo coisas importantes. A imagem realmente não tem o poder de exprimir o que mil palavras dizem.

Vou citar apenas duas. Já no emprego de cuidadora do Will, Louisa morou alguns meses com seu namorado Patrick. Quando soube que a filha iria a Suíça acompanhar os últimos momentos de Will, sua mãe lhe disse: “Se você for, não precisava mais voltar”.

Não sei até que ponto o romance de Jojo e depois o filme, abriram no Brasil e no mundo discussões sobre o “suicídio assistido”. Ao consultar “Dignitas” no Google, fui levado para uma reportagem da revista Época de 2012. Nela pode-se ler o depoimento de quatro brasileiros que pagaram 15 mil reais cada um para “encomendar a morte”.

Só que hoje não estamos falando da vida real. O assunto é ficção e uma certeza. Milhares de pessoas ainda estavam enxugando as lágrimas enquanto Louisa Clark passeava por Paris vestindo sua meia calça de abelhinha. Depois Louisa passa praticamente um ano e meio fazendo turismo, e morando em alguns países da Europa.

No romance “Depois de você”, vamos encontrar Louisa de volta a Londres trabalhando num Pub de aeroporto. Com o dinheiro que Will lhe deixou ela comprou um apartamento. Muito bêbada, certa noite tentando alcançar o terraço ela despenca do quinto andar. Sofre várias fraturas, e para piorar ninguém acredita que foi um acidente.

Lou Clark é uma personagem estranha. Estranha e cativante. Existem milhares de pessoas assim. Deixam seus problemas de lado, para resolver os problemas dos outros. Na visão de alguns um defeito, mas que também pode ser uma virtude.

Enquanto se recupera das fraturas, ficamos sabendo que o ex-namorado Patrick vendeu a história de Will e Louisa a tabloides sensacionalistas por um bom dinheiro. As passagens em que Louisa frequenta o grupo de autoajuda “Seguindo em frente”, mostra do que nossos diabinhos são capazes de fazer quando deixamos eles desacorrentados.

Então aparece Lily. Uma filha da qual Will nunca soube. E se soubesse será que mudaria alguma coisa na sua decisão? Depois de transformar a vida de Louisa num inferno, tudo se ajeita quando Lily vai morar com a avó Camila. Resolve até o problema dos pais. Já que sua mãe se transformou numa feminista e sexista de carteirinha.

No fim, mesmo achando que ama Sam, o paramédico que a atendeu na queda, Louisa aceita outro emprego de cuidadora e embarca para Nova York. Na dúvida se amava mesmo resta perguntar: E se fosse para deixar Will esperando, será que Louisa Clark embarcaria em algum avião? Só quem amou, ama, ou amará poderá responder!