HISTÓRIA CONTADA POR UM SOBRINHO.
Imagem Trovador das alterosa (COREL)
DEUSA
Não esperava que um dia a teria, eu a via como uma estrela tão alta que não poderia nunca alcançá-la mesmo que tivesse asas de ouro, mesmo tendo eu um superavião. Tudo em você era glamouroso, sua juventude era um chamariz e os homens viviam aos seus pés como moscas numa fruta madura. O sorriso era cativante, seu corpo tinha a perfeição de uma estátua grega transformada numa mulher para tentar os homens a pecarem desejando suas carnes em sonhos eróticos que os deixavam loucos até dispostos a matarem por você.
Tentava desesperadamente não ser como a maioria, um escravo da sua beleza. Quando passava por mim eu baixava meus olhos com medo que risse de mim com a minha pobreza e zombasse da minha pretensão de mirar uma deusa. Só que o destino nos prega peças, naquela noite que saíamos do cinema, na nossa cidade onde não havia violência, você se arriscou pela rua escura quase sem casas e que margeava o rio e onde eu também seguia.
Duas moças suas amigas quando sentiram o perigo correram e a deixaram entre a turma de três rapazes, “os piores elementos da cidade”, vi quando a agarraram e não pensei mais em mim, na verdade não sabia que era você à vítima. Peguei um pedaço de pau e saí distribuindo pancadas a torto e direito e como todo covarde, eles fugiram talvez não com medo de mim, seria fácil me dominarem eu estava só, mas os gritos que eu dava enquanto batia deve ter lhe causado medo de que outros que vinham mais atrás, “um questão de cem metros” intervissem e fugiram ameaçando me matar em outra oportunidade.
Os atrasados chegaram e ficou tudo bem, pois a policia foi chamada e os meliantes sumiram da cidade, não esperei para ver o final e no outro dia recebi sua visita onde eu trabalhava. Você junto ao seu pai e mãe foram me agradecer e me convidaram para jantar na sua casa, foi assim, acabamos nos casando e desde então estamos juntos. Estranhas voltas que o mundo dá.