Palavra Solta - “ainda que vier noite traiçoeira...”

Palavra Solta - “ainda que vier noite traiçoeira...”

*Rangel Alves da Costa

Nesta quinta-feira, logo ao amanhecer fui surpreendido com a notícia do falecimento de um amigo de Poço Redondo, nos sertões sergipanos: Carlos Magno Guimarães. Espanto e surpresa. Surpresa e espanto. Fiquei sem acreditar. Fiquei dolorosamente entristecido. Ora, outro dia, pelas ruas do meu berço de nascimento, e Carlos Magno alegre, com sorriso largo, amigueiro e cordial. E jovem demais para uma despedida assim. Creio que não tinha mais que vinte e poucos anos, pois ainda como um adolescente cheio de vida e expectativas. Mesmo tão jovem, Magno era sempre participativo e preocupado com os problemas do município. Gostava de debater temas do interesse da população, interagia com todas as camadas sociais, procurava ser o mais útil possível na sua vida comunitária. Também era músico da banda marcial e mais recentemente se mostrava muito feliz e contente com a retomada das atividades daquela banda. Mas eis que de repente tudo se finda. Magno foi encontrado desacordado no banheiro de sua residência familiar. Era portador de problemas asmáticos e talvez uma crise mais forte o tenha prostrado de vez e sem tempo de pedir ajudar. E as lágrimas dos amigos ainda escorrem como se os dias e as noites fossem tão traiçoeiros...

Escritor

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