Um sopro de luz sobre o passado

“Olá! Como vai minha querida menina?” Vejo meu eu presente ironizando a situação. Nada extraordinário para um ser dotado de ironia. Agora seria mais ou menos assim essa resposta: “Oii baby, como estás nesse dia tão lindo?”. Provavelmente aquele sorriso irônico aqui iria aparecer de controvérsia. Mas quem sabe, esse dialogo traria muitas lembranças agradáveis e seria possível analisar como andas o presente.

Depois de um pouco de ironia, será divertido perceber o semblante de cada uma dessas belas. O meu eu do passado, tinha um olhar doce e acanhado. Com uma pitada exagerada de ironia, mas aquela que nem sempre se manifesta por palavras. Seus olhos, seu sorriso, aquela virada de olhos, era fatal. Nada precisava ser pronunciado. E a bela do presente por sua vez, bom, essa tenta ser mais sensata, contém um pouco esses detalhes, esconde muitas coisas em seu olhar. E normalmente suas palavras são bem mais cautelosas, seu sorriso mais misterioso ainda.

Meu eu do presente é mais gentil e cautelosa, prende a atenção somente com o olhar, mostra para meu eu do passado, que nem sempre é preciso se manifestar de forma tão irônica e tenta demostrar o quanto uma necessita da outra. O presente foi construído graças ao passado, cada detalhe minunciosamente aproveitado. E o passado carece de vislumbrar quem desejas ser, onde queres chegar em seu futuro. E cada qual com seu papel primordial na caminhada da outra.

Certo dia presenciei um diálogo delas e foi mais ou menos assim:

Passado: Olá! Como estás menina de sorriso leve?

Presente: Oii! Estou bem baby, tudo se ajeitando. E você minha querida como tens passado?

Passado: Estou bem, animada demais hoje. Hahahha

Presente: Pois é. Lindo dia não é?

Passado: Sim, belíssimo dia! Mas me conte, como andas tudo por aí?

Presente: Aqui tudo calmo, às vezes até demais. Tento fugir ainda daquela velha monotonia. Reflexo do que me deixou pelo caminho.

Passado: Sei, ela sempre surge em dias calmos. Dias em que é tudo igual. Que quase nunca tens alguma novidade. O segredo minha bela, é reinventar, mude a rota, o tom, a música, o passo, e não esqueça, a cor do batom também.

Presente: Hum! Justo menina. Às vezes esqueço desses detalhes, ainda bem que você esteve aqui. Diga-me mais, o que eu faço com esse sorriso irônico que por vezes surge aqui?

Passado: Bom, esse menina, infelizmente é sua característica. Tente disfarçá-lo com os olhos, mas sem aquela viradinha, essa é pior que o sorriso. Hahaha. Lhe entrega sempre.

Presente: Hum. Entendi! Discreta como sempre. Lembrarei de seus detalhes e cuidado com as palavras vãs, ok?! Por algumas vezes elas permanecem na memória e perturbam. Agora preciso ir, foi bom lhe ver por aqui.

Passado: Realmente um ótimo reencontro. Cuide-se menina. E mantenha o foco e nunca esqueça de sonhar! Sua marca maior são os sonhos, o que será de ti sem meus sonhos? Bom, nada, e pra falar a verdade nem eu seria poderia existir.

Presente: Meu passado querido, você foi construído em cima de sonhos, para que hoje eu presente, pudesse estar aqui. Sou movida por sonhos e mais sonhos. Por isso, não deixe de sonhar. Beijos doces.

Quando a conversa teve fim, pude notar que sem esses detalhes simples, o presente não seria assim, tão belo. O passado foi difícil, foi construído em bases sólidas. E vejo o quanto cada detalhe foi insubstituível, e como sempre devo agradecer. Não existe presente, sem passado. E lembrei de anotar aquele detalhe do meu passado para o presente, aquele para continuar sonhando.

São esses sonhos que guiam meu passado e movem meu viver. Se não tenho sonhos, o que é exatamente que vou buscar? Bom, talvez nada. Ficarei parada aqui e não haverá nada a ser lembrado e essa conversa simbólica perderia seu maior sentido – Cultive amor e plante sonhos!!!


 
Elisa Strubb
Enviado por Elisa Strubb em 06/09/2017
Reeditado em 06/09/2017
Código do texto: T6105840
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