Quase 30...

Eu acordo cedo, levanto-me mais tarde.

Vejo a minha vida anoitecendo e amanhecendo da mesma forma, todo dia, dia após dia.

As coisas eu mudo de lugar.

Pessoas mudam-se.

Histórias são refeitas. São escritas a primeira vez também. Mas a minha continua aqui. Do mesmo jeito, da mesma forma, dia após dia.

Estrelas mudam de lugar. O sol nasce sem saber que da força e vitamina; que ilumina todos os rostos. (Até os mais tristes)

A lua aparece tímida sem saber que casais à esperam sejam juntos ou longe um do outro.

Todo mundo sabe o que quer e o que fazer.

Todo mundo tenta ser feliz e enfrenta aquilo.

Porque só eu não consigo?

Eu remo e não saio do lugar.

Eu corro e não chego a lugar nenhum.

Eu começo e não termino.

Ou termino sem tentar vencer, eu apenas desisto.

Posso ser uma crise da meia idade essa dor de cabeça estranha e esses pensamentos de derrota.

Mas como ser positiva a mim mesma se não vejo nada dando certo ou acontecendo?

As vezes ajo como se tivesse 10.

As vezes como se tivesse 30.

As vezes 50.

Tudo o que eu queria era ter um objetivo próprio. Aquele que tomasse todo meu foco e fôlego.

E que daí eu pudesse me sustentar, ter uma razão e missão na vida. Fosse capaz de mudar a mim mesma e o mundo. Ser reconhecida, virar uma lenda quem sabe...

Ganhar o prestígio que tanto meus pais desejam, ser amada e valorizada por eles.

Não me sentir a mesma lixo tóxico e radioativo em que venho me sentido nos últimos anos. Queria puder ter aprovação de quem eu sou. E não de quem as pessoas esperem que eu seja. Como eu queria ser feliz sendo eu mesma.

Judy Cavalcante
Enviado por Judy Cavalcante em 17/10/2017
Código do texto: T6145480
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