Quase finado.

Crônica

Tem dias que não sei porque ... é o início da letra de um louvor. Mas, hoje, não sei porque me aconteceram coisas estranhas.

Indo eu, como todo dia, pra escola da Taboca, perto da Agroísa a moto pede reserva, mas não reconhece que a dei. Apagou de vez. Depois de tanto pedalar, pedalar, pedalar, desisti e voltei rumo a Amontada. Resolvendo dar uma empurradinha a danada pegou. Retornei pra Taboca, pois dava tempo chegar na hora da aula. A moto engúia, engúia, engúia e morre de novo no abrigo da Agroísa. Isso é que é gostar de morrer. Voltando pra Amontada, novamente, ela pegou no empurrão. Rumo ao velho São Bento ela andou um quilômetro e pronto: morreu de novo. Daí passa um filho de Deus e reboca-me com moto e tudo até aqui. Graças a Deus. Isso era umas 12 e 45 e em Amontada cheguei às 13. Na oficina deu torneira entupida. O combustível não descia ao carburador. Aula perdida.

Pensava eu, que depois das 15 iria ao velório na casa do meu diretor. Não o preveni disso, pois imaginava eu nos imprevistos e eles vieram.

Terminada a manutenção, tencionei ir ao Arrodeador, mas uma necessidade urgente e inadiável me direcionou à sede de Itapipoca. Lá, ao volante da moto, estava eu vindo e no último sinal de Ita pra Amo pensava eu em dois compromissos do dia de amanhã e pá: esqueci do semáforo e o sol estava baixo à altura do mesmo de maneira que meus pensamentos no amanhã e minha visão ofuscada pelo sol poente me fizeram ignorar o tal semáforo e que por infelicidade estava vermelho pra mim. Numa velocidade de 40 km talvez, entra da rua do outro sentido um carro na minha frente. Não sei como, mas os pneus da moto cantaram pra valer e bruscamente aquele cidadão parou seu veículo impedindo a colisão. Houve sim um milagre e graças a Deus o cidadão só me assassinou depois usando apenas a boca, porque se ele usa os braços, ai de mim.

Nessas horas, o homem errado fica pequeno e o homem pequeno com razão vira um Golias. E quando o homem errado já é pequeno e o homem da razão já é um Golias! Aí, meu filho, é pedir penico e sair de mansinho mesmo. É nessas horas que vêm à mente as palavras de Jesus: não se preocupem com o dia de amanhã, basta ao dia seu próprio mal. Imagina eu amanhã no paletó de madeira! Ainda bem que meu Senhor não deixa que nós tomemos conta de nós mesmos, pois não sabemos. Obrigado, Deus por hoje ser só "quase um finado". Verdade é que qualquer dias desses serei isso e nada mais, mas por enquanto somente quase.

CARLOS JAIME
Enviado por CARLOS JAIME em 19/10/2017
Código do texto: T6147442
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.