Tem gente que é tão especial, que chega a doer dentro do peito, de tanto que é querida. Gente que se doa, que chega do nada e muda tudo, que sorri com uma capacidade ímpar de contagiar quem quer que seja. Gente que não inveja, que fica ali do lado e, só de ali estar, já alivia a alma e deixa tudo menos denso.
Tem gente que parece ler pensamento, adivinhar do que os outros precisam, pois nunca oferece sólido quando se quer líquido, nunca erra no olhar sobre o outro. Gente que não julga, não aponta dedos, não fala de quem não estiver presente. Gente bonita, daquelas belezas raras, que vem lá de dentro e brilha tanto, que ninguém nem percebe se essa beleza é física – o interior iluminado ofusca olhares negativos.
Tem gente que ajuda todo mundo, sem precisar de nada em troca. Sabe aquela pessoa que, se puder, tira a roupa do corpo para agasalhar o outro? Sabe aquela pessoa que larga tudo o que estiver fazendo e vem correndo saber os motivos de nossas lágrimas? Gente que enxerga o mundo e as pessoas lá fora o tempo todo, sem perder tempo consigo mesma, sem se preocupar com tempo e espaço, apenas se preocupando com as necessidades de quem precisa.
Tem gente que ama de verdade, que o outro percebe e sente o quanto é intenso aquilo tudo. Gente que entra numa relação de corpo e alma, com o propósito de compartilhar, de juntar e somar, de conceder, de mudar no que for preciso, de entender quem caminha junto, andando junto, nunca à frente ou atrás – junto. Gente que se importa, que pergunta, que convida, que se lembra.
Tem gente que transpira amor, que tem o abraço mais gostoso do mundo, que recarrega a gente feito bateria, pois preenche o emocional, arrumando os sentimentos de quem está ao seu lado. Gente que sabe o que falar e quando não falar, apenas ali ficar, juntinho, enquanto o outro desaba. Gente que entende tanto do outro quanto de si mesmo, gente com olhos de amor.
Gente que respira junto, que estende as mãos, que olha nos olhos e transmite paz, tornando o outro melhor e mais feliz. Gente que tem que ficar junto, sempre, de tão rara que é.
Clusius
Enviado por Clusius em 23/10/2017
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