Manifesto pela Liberdade de Pensamento (em onze dias) 07

Na recepção de um ponto de vista do outro, o homem deve saber que é uma Coisa Real, que estimula seus órgãos sensoriais e mente, e, aplicando a fórmula básica dada a ele no momento do nascimento como um ser humano, (CR + USO = OBJETO), deve criar seu OBJETO=PV, a partir de seus próprios pontos de vista, aqueles criados em seus contatos anteriores com a realidade e nos resultados destes, que seguem princípios e não as ideologias, com isto modificando o PV do Outro, desta forma manifestando a sua Liberdade, o fato de que sua mente não está sob tutela, ela não é conduzida pelo Outro. É este o objetivo do Teatro do Artaud. É também retomar o pedido básico do Iluminismo do século 18. Kant, que introduziu o Iluminismo na Alemanha. HECBH2, NSMFCH responde, em 1784, com "O que é o Iluminismo?":

“é a emancipação do homem de sua auto-imposta tutelagem, que é imaturidade, a sua incapacidade de usar o entendimento sem ser guiado pelo outro, e é auto-imposta quando sua causa está na ausência de resolução e coragem de usar o próprio entendimento sem ser guiado pelo outro”. EBHSP, IKWE

O homem moderno ficou impedido de alcançar este Iluminismo kantiano, porque o geralmente internaliza uma Ideologia sem deixar que sua Inteligência a verifique, sem a ela aplicar o pensamento crítico, deixando que a Ideologia “pense” em sua mente, sem perceber que tem sua mente e seus atos conduzidos pelo Pensamento de um Outro, o autor de uma Ideologia e seus propagadores. O homem moderno não é um homem livre. Ocorre que os homens que se colocam como salvadores da humanidade sabem disto e fazem uso de artifícios para fazer com que, sobre as relações entre o Homem, a Sociedade, a Natureza e os Objetos, o homem chegue às conclusões que se deseja a que chegue, e tenha a convicção de que chegou por si mesmo a estas conclusões. É a palavra usada como Magia e Encantamento, a Flauta de Hamelin, que faz uso de instrumentos de Retórica e de oratória (discurso oral), de falácias, de sofismas e de deslizamentos dos sentidos das palavras, injetando os pontos de vista da Ideologia na mente da vítima, que se torna seu boneco marionetado, e passa a defender os Pontos de Vista da Ideologia como se fora seus próprios.

A Ideologia é o Pensamento que pensa na mente do homem. Normalmente para se criar a convicção de que não é um Pensamento externo sendo pensado na mente do homem pede-se a ele que tenha o Pensamento Crítico. Ocorre que não se tem pensamento crítico se não se tem a capacidade de perceber as falácias, os sofismas e os deslizamentos de sentido de um campo semântico a outro, ou substituindo o Conceito a que se refere a Palavra. Ciente da relação entre a Coisa Real, o Nome, e o Objeto ou (CR + NOME = OBJETO), manipula-se a mente do receptor do discurso pela mudança do Coisa Real, mantendo-se o NOME, fazendo-o fabricar o OBJETO que se deseja que fabrique.

É dessa forma que um regime autoritário marxista consegue iludir a todos ser um regime democrático, mesmo sendo antidemocrático, mesmo quando suprime liberdades individuais, mesmo quando faça censura de opinião, quando coloca adversários na prisão ou simplesmente os manda para campos de trabalho forçado ou mesmo assassinar . É desta forma que se pode impor, dizendo ser um ato de democracia, uma ditadura popular por meio de plebiscitos e dar voz a movimentos de umas poucas pessoas arruaceiras e vândalos ou apenas de pessoas acostumadas a enfiar crucifixos em orifícios corporais, movimentos que mantêm em silêncio uma maioria pacífica que têm como líderes máximos entidades não físicas, a Constituição e as Leis vigentes, que podem ser desrespeitadas, mas com as quais não se pode fazer negociatas. Exemplo: “povo” é uma palavra que se refere a “todos os cidadãos, sem distinção de cor, raça, credo ou riqueza que tenha acumulado” e o significado do termo “povo” foi reduzido a apenas uma parte da população, contrapondo-se ao restante que passou a ser denominada “a elite”.

Com o pensamento crítico é possível enxergar que todas as Ideologias partem de delusões e de premissas aceitas como verdadeiras sem o serem. Por pensamento crítico, descobre-se que o Marxismo é fundamentado em uma falácia, algo que Karl Marx pensou ser verdadeiro, publicou e encontrou seguidores que deram critério de autoridade à sua “verdade”, embora Falsa. Não consta que Karl Marx tenha se isolado do mundo para meditar sobre as Causas Primeiras. Hegel e Marx especularam sobre a Realidade sem perceberem que eram cegos analisando um elefante, e que o tanto da Realidade que examinaram era ínfimo em relação ao Todo da Realidade, e ainda que não fosse tão ínfimo, esqueceram-se de um fato primordial, tudo que se sabe sobre a Realidade refere-se ao Passado, só se pode analisar o que já aconteceu, e quando muito pode-se prever o que acontecerá, é dentro de limites bem estreitos. Todo pensamento é resultado da associação de informações sobre eventos já ocorridos. Há, sim, a capacidade humana de imaginar como a Realidade pode vir a ser, mas a ninguém é outorgado o direito de impor, ainda que subliminarmente, aos outros homens o que imaginou como “o que deve ser”. Simplesmente porque a cada SIM expresso opõe-se um NÃO, e o único meio de se colocar um SIM eterno é pela anulação de todas as mentes que possam dizer NÃO: é o que tem sido feito pelas sociedades totalitárias, que conseguem se impor por um curto espaço de tempo, poucas gerações, tempo curto em relação à perpetuidade da Humanidade na face da terra.

(Continua)

Gilberto Profeta
Enviado por Gilberto Profeta em 19/06/2014
Reeditado em 19/06/2014
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