Manifesto pela Liberdade de Pensamento (em onze dias) 08

Vejamos a delusão de Hegel e de Karl Marx:

Façamos as reduções (Hegel = Ideia; Marx = Matéria; Artaud = CR + USO = OBJETO = PV (IDEIA, NOÇÃO, CONCEITO). Hegel não meditou sobre a Realidade, mas fez uma revisão da Filosofia até sua época, GWFHLH para concluir que o primordial no universo, em sua formação e fluxo, é a Ideia, dela tudo se origina. Transformou Ideia em Pensamento e o deificou em o Absoluto, o Todo Pensamento, que se confunde com Deus. Marx, que também não meditou sobre a Realidade, criticou Hegel para dizer que não, o primordial é a Matéria, dela tudo deriva, “a Ideia não é nada mais que o material traduzido transposto à mente do homem”. KMC1

Muitos estudiosos de Hegel e Marx aceitaram acriticamente suas assertivas, tomando-as como Verdades para construir suas próprias sistematizações, é o jogo de Interpretações. Edgar Morin, EMM1 55 diz em termos abstratos o que Artaud diz em termos metafóricos, não constando tê-lo consultado. Para Morin, a ordem nasce da desordem, que por interações leva à organização, em circularidade, pois a organização leva à ordem. Morin usa o termo “nasce”, mas descreve o “surgimento” da ordem, da desordem e da organização, e “surgir” não é exatamente “nascer”. O autor fornece um exemplo concreto citando a hipótese aceita a respeito da aparecimento do Carbono no universo. Para a constituição de um núcleo do átomo de Carbono é preciso a ligação de três núcleos de hélio, em condições extraordinariamente improváveis de temperatura e de colisões entre átomos, fazendo com que o nascimento do Carbono só poderia resultar de um acaso fabuloso. Mesmo em colisões atômicas ao acaso na incandescência das estrelas, no início da formação do universo, durante um tempo suficientemente longo, teria surgido um número muito pequeno de núcleos de carbono. Este pequeno grupo, por sua vez, teria resistido a colisões e forças de ruptura e de depois de um tempo suficientemente longo, o Carbono teria passado a existir no universo em um número estável. É uma explicação científica que parece apoiar o materialismo, que tudo se dá a partir da matéria. Contudo, o materialismo e o marxismo não respondem a uma questão, e o próprio Morin, também marxista, parece ter se contentado com uma “fundação sem fundação (do universo)”: o porquê a mesma sequência de eventos atômicos ao acaso leva o carbono a se organizar, seja em grafite, seja em diamante, seja em moléculas complexas, seja em vida. Morin fornece a sequência:

Hidrogênio → Hélio → Carbono → aminoacidos → proteinas → celulas → A célula tem a capacidade de se autoreproduzir por ter a capacidade de reproduzir proteinas em seu interior e a partir daí evoluir até se organizar em seres vivos, e ainda evoluindo a ponto de vir a produzir o Pensamento, que procura fazer duplos da Realidade (reprodução), que tanto podem se aproximar do processo que ocorre entre as coisas reais quanto dele se afastar. Parece haver um “pensamento” gerenciando as relações entre as Coisas Reais, produzindo o que se chama a Natureza.

Esse Pensamento é prévio à Ordem? Teístas, muito antes do nascimento de Hegel ou de Marx, e também da Física Quântica, deram uma resposta “temos fé de que é Deus”. Hegel, em um rodeio maravilhoso de palavra, também o afirma: há um Pensamento na matéria, que pensa no homem, e que é o Absoluto, que é Deus em essência. Não teístas retrucaram, e, embora nunca afirmando “temos fé de que não é Deus”, sempre agiram com a Certeza Absoluta de que não é Deus, mas apenas resultado da matéria. Mas... o que é Fé? É Certeza Absoluta. É, portanto, uma questão de fé, uma disputa religiosa pura e simples. Marx transformou o materialismo em Ideologia, que seus seguidores deificaram, e esta foi introjetada, à força (revoluções) ou subliminarmente pela propaganda e pelo encantamento pela Palavra, em sociedades humanas que adotaram formas de Estado derivadas de sua pregação. Ocorre que, sendo questão de fé, a nenhum Estado, que não seja teocrático, a nenhum Poder constituído (executivo, judiciário, legislativo) de um Estado é dado o direito de determinar qual a Fé será seguida pelos cidadãos que o constituem, e não é absoutamente certo que os Estados teocráticos tenham este direito.

Os socialismos derivados do marxismo determinam a Fé que será seguida pelos cidadãos. Seus propagadores declaram sempre “o Estado é secular (laico)”, e os Estados cujos governantes são marionetados por sua Doutrina, determinam, por Lei, que se retire das instituições públicas a Religião e seus instrumentos e símbolos, mas para em seu lugar instituir a doutrinação da crianças, por meio da educação, e do povo, pela propaganda, a doutrinação em sua Fé, o Pensamento de Marx ou dele derivado a ser pensado por todos. A homogeneização do Pensamento deificado, o pensamento de Marx e seus propagadores.

(Continua)

Gilberto Profeta
Enviado por Gilberto Profeta em 20/06/2014
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