DISCURSO DE COORDENADORA DE PEDAGOGIA_ TURMA 2014/2

Sr. Coordenador Acadêmico, João Adoris Pandolfi;

Sra. Paraninfa, professora Maria Benedita Leite Alves;

Sra. Patronesse, professora Eliana Maria Perini Monti;

Professora que nomina a turma: Thalita Nunes Ruy;

Meus demais colegas professores do Colegiado do Curso de Pedagogia;

Srs. Pais, familiares e amigos;

Queridos Formandos.

BOA NOITE A TODOS!!

No início de agosto de 2011, na condição de coordenadora, eu recebi, na sala 321 do bloco 3, aproximadamente 60 ingressantes no Curso de Pedagogia da Faculdade Pitágoras de Linhares, mas hoje eu só vejo aqui os vitoriosos. Naquela noite, eu não imaginava que teríamos uma turma de raro senso crítico, mas também uma que gostava de fazer trabalhos, merecendo notas 10,0 pelo esmero nas realizações.

Naquele semestre, eu tive o prazer de lecionar Leitura e Produção de Textos para vocês e digo-lhes que, ao longo de minha vida como professora dessa disciplina, poucas vezes tive alunos com tanta criatividade! Inesquecíveis os trabalhos que vocês apresentaram logo no primeiro semestre: a adaptação da história da Cinderela para ilustrar a tipologia Narrativa, o jornal televisivo feito pelo grupo responsável por mostrar o que é tipologia expositiva, o desfile de modas (tendo à frente a "Xuxa", Jéssica Alexandre) para demonstrar o que são tipologias descritiva e injuntiva, e o impagável programa eleitoral apresentado pelo grupo dos tipos Argumentativo e Injuntivo!!

O tempo passou e como a maioria dos casais, nós tivemos que, diversas vezes, “discutir nossas relações” (Rs,rs,rs...). Gostoso, claro que não era, mas faz parte do processo educacional entender que, pior do que receber ou digerir críticas, é a criancice de não se reconhecer o direito legítimo de quem as faz, e o mesmo direito de rebatê-las, quem as sofre. É assim que a gente amadurece, é assim que a gente cresce!!

Para completar o amadurecimento, quis o destino que coubesse a vocês a enorme responsabilidade de se submeterem ao Enade, Exame Nacional de Desempenho do Ensino Superior, para obterem uma nota que, em novembro deste ano será exposta em todos os jornais, e que valerá para todos os alunos e professores do nosso curso.

Bem, até que a dimensão dessa responsabilidade fosse alcançada por todos, nós passamos muitos dissabores, mas agradeço, uma vez mais, o fato de todos terem comparecido. Digo-lhes que creio, piamente, que, de fato, cada um fez o seu melhor naquela fatídica tarde de 23 de novembro de 2014, no Bartouvino Costa, mas sei que cada um de vocês sabe que o resultado de exames é como uma fotografia, irretocável,sem photoshop, intransferível, individual e, inegavelmente, é o reflexo, também, da disposição e da consciência de cada um.

Nesta noite, eu quero lhes dar algumas orientações e fazer alguns pedidos, mas antes quero parabenizar os seus pais, familiares e amigos, cujo apoio eu presumo que tenha sido decisivo para o sucesso que se consolida nesta noite. Para eles, eu peço a todos uma calorosa salva de palmas, em troca de tanto amor!!

(SALVA DE PALMAS)

Nunca se esqueçam de que amor com amor se paga, hem!!

Quando eu comecei a pensar sobre o que eu iria lhes falar, fui buscar inspiração em um filósofo moderno chamado Mário Sérgio Cortella. Entre as coisas maravilhosas que ele costuma dizer, eu encontrei uma fala dele aos funcionários públicos de Campinas, intitulada: “Se você não existisse, que falta faria?”.

Nela, Cortella cita Mário Quintana e, também o inglês, Benjamim Israeli, que certa vez disse “A vida é muito curta para que seja pequena”. Repito: “A vida é muito curta para ser pequena".

Segundo ele, nós apequenamos nossas vidas, todas as vezes que, iludidamente, nós escolhemos ter uma vida inútil, fútil, banal e MORNA.

Nesse ponto, Mário Sérgio cita o capítulo 3 do Apocalipse, em seus versos 15 e 16, onde se lê: “15. Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! 16 Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca.” Cortella conclui, então, que “Deus vomitará os mornos”.

Na educação, os mornos são as pessoas que não fedem e nem cheiram, são mais ou menos competentes, mais ou menos comprometidas, mais ou menos responsáveis, mais ou menos piedosas, mais ou menos decentes, mais ou menos honestas, mas são muito covardes, porque fazem com os filhos dos pobres, aquilo que elas odiariam que fizessem com os seus.

Daqui a pouquinho aqueles canudos estarão em suas mãos e vocês que estudaram sobre habilidades e competências, sabem que a sociedade interpretará que vocês adquiriram conosco todas as que um pedagogo deve ter. Reitero, porém, o que falei diversas vezes: um curso superior lhes dá a base, mas a real competência é construída no dia a dia, no desejo de crescer e de ser útil à humanidade.

Então, na hora em que vocês forem atuar, é importante se recordarem de, pelo menos, sete pontos:

1º pensem no que diriam seus professores, se vocês estivessem lecionando para os filhos deles;

2º Os professores que cometem “pedagocídos perfeitos", praticando a “empurroterapia” de crianças, são criminosos, pois os “tijolos” perdidos nas bases educacionais impedem que os sujeitos ascendam na pirâmide social, perpetuando a pobreza, e isso não é papel da escola;

3º A linguagem é a ponte que liga a informação ao conhecimento, por isso é imprescindível que vocês busquem adequá-la, tornando-a significativa;

4º É dever de todo educador conspirar por um mundo melhor, pois onde há pessoas éticas e educadas não sobra espaço para as drogas e nem para as mazelas delas oriunda;

5º O bom professor não apequena a sua vida, não é preguiçoso, não é omisso, e não é covarde com ninguém, muito menos com os inocentes, que lhes são confiados.

6º. O brilho profissional que todos merecemos é consequência das nossas escolhas, pessoais, mas a mediocridade e o ostracismo também o são;

7º Devemos atuar profissionalmente, de modo a que, quando partirmos para o andar de cima, nós continuemos morando na memória e nos corações das pessoas, que ajudamos a crescer.

Por fim, despeço-me de vocês, parabenizando-os, desejando muito sucesso, e passando o último dever de casa:

Entrem no Youtube, digitem Mário Sérgio Cortella e assistam, integralmente, ao vídeo, cujo título é a pergunta que vocês deverão se fazer todos os dias, quando estiverem atuando. É a mesma pergunta que eu lhes farei todas as vezes que eu os encontrar:

SE VOCÊ NÃO EXISTISSE, QUE FALTA VOCÊ FARIA?

Recebam meu último abraço como graduandos e o habitual... Beijo da Goooorda!!

NORMA ASTRÉA
Enviado por NORMA ASTRÉA em 06/03/2015
Reeditado em 07/12/2019
Código do texto: T5159685
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