DEUS NÃO GOSTA DE MENTIRAS.

Seremos amanhã nosso caminhar presente, em qualquer espaço, imaginados e esperançados, existentes ou não além do pó. Nós seremos sempre o que somos e fomos, desde que tenhamos sido verdadeiros na doação de nossos gestos. Sobre nossos ombros deslocaremos pelas estradas terrenas e espirituais nossas levezas e fardos.

Não há portas abertas senão para o que se é ou o que se foi na escalada da paz permanente. Nossos passos são nossa identidade, nossa verdade.

Deus não gosta de mentiras, do que destinou para todos nós e do que nos afastamos sem o reconhecimento de sua misericórdia.

Não se tem paz respirando a mentira de nós mesmos. A paz caminha ao nosso lado em todos os espaços, conhecidos ou não, pelo simples motivo de levarmos conosco nossas marcas, nosso carinho, nossas dúvidas, nosso amor por todos que estão ao nosso lado, nossos entes queridos e os que nos foram caros em vida profusa vivida no afeto da proximidade do abraço e ao alcance do beijo amoroso que se recebe dos pais e se transmite aos filhos. Quantos abandonam os pais nos dias de hoje em que terrivelmente pais matam filhos.

Ninguém muda para ser o que não é. O destino é algoz de muitos que aceitam um Deus sob reservas, maculados por suas incompreensões, digerindo falsamente engulhos em invectivas do que não são, pobres em espírito e botos em corpo. Não reconhecem o que lhes foi dado, o ar que respiram e a possibilidade de ternura de seus próximos, por vezes e muitas vezes, enricados materialmente, ao revés amaldiçoam sua destinação, entre mágoas e ressentimentos.

O amanhã é a existência do hoje com suas causas e efeitos. Não é possível fugir de nós mesmos, meu possível é o meu real. Não são todos a que amamos que nos amam, é a história do homem.

É preciso uma vivência plena da consciência que busca sem cessar, sem negar em momento algum, o impulso que objetiva sua verdade e sentencia sua inconsistência para ter certezas, vivendo, contudo, com intensidade a mística da procura que indaga na dúvida.

Um festejado pensador decreta: “Deus não está espetado na ponta de um silogismo impecavelmente construído”, e ele pode ser construído para os que conhecem fenomenologia corriqueira, força e movimento em física, como se processa o mundo de causa e efeito e suas realidades, e aceitá-las. E arremata o pensador: “Deus está no fim de uma vida corretamente vivida”.

Nada mais lógico, mais sábio, mais verdadeiro. Os laços da vida vivida com o premio da consciência tranquila, do repouso moral nos braços da correção, dão o fecho de uma existência, serão o amanhã fincado no trajeto da jornada.

Quantos na humanidade chegaram a tanto? Pecados e pecadilhos formam acervo humano, suas intensidades, censuras, arrependimentos eficazes e sujeição à Lei Moral, dão a medida intransponível do julgamento final, ele é inevitável para todos, testemunham os ateus e agnósticos na agonia do fim da jornada. Esta a única certeza desse momento único como o nascimento.

DEUS NÃO GOSTA DE MENTIRAS.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/04/2015
Reeditado em 08/04/2015
Código do texto: T5199274
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