O ESPÍRITO DO CAPITALISMO
Na sociedade industrial contemporânea, fundamentada no consumismo globalizado, prevalece um individualismo exacerbado que nega a sociabilidade do homem, com ênfase na afirmação de que o indivíduo é um fator de produção a serviço do mercado consumidor, levando a uma negação de seu potencial transformador da cultura social, em lugar de seu papel inovador da ordem econômica historicamente estabelecida pela classe dominante, que transforma o progressismo ideológico, rotulado de subversão, em utopia, e as manifestações populares, rotuladas de badernas, em radicalismo político.
Com o advento do positivismo, os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade foram deturpados, deixando de fazer alusão à necessidade urgente de mudanças profundas no tradicionalismo conservador da sociedade, em face da inevitável evolução moral do pensamento humano, com o fito de consolidar a filosofia burguesa para assegurar, desse modo, uma perfeita harmonia na sociedade de consumo, à qual os cidadãos devem se ajustar, e na qual devem ocupar o seu lugar na estrutura social. Assim, o interesse social está subordinado ao interesse econômico, como um subalterno ao seu superior hierárquico.