Ocupação na UERJ

Essa semana está prevista a volta da normalidade na UERJ. Pois o estado transferiu cerca de 13 milhões para a Universidade estadual,

para que os pagamentos fossem efetuados. O salário dos professores e as bolsas foram pagas, mas não há certeza quanto

aos terceirizados. Porém as avaliações provavelmente serão aplicadas ano que vem, pois o recesso de natal/ano novo não foi suspenso.

O que me deixa estarrecido é o conflito de interesses/conveniências que estão por trás dessa ocupação. Por um lado temos um reitor que toma atitudes convenientemente contraditórias. Durante todo seu mandato neutralizou todas as manifestações estudantis que buscavam o pagamento dos terceirizados ou aumento da bolsa estudantil. Entretanto, no final da sua gestão surpreendentemente suspendeu as atividades acadêmicas, alegando insalubridade e insegurança no campus, que seriam geradas por uma possível paralisação dos terceirizados devido ao não pagamento dos salários, sendo que o pagamento deles vinha sendo atrasado desde o começo do ano! E ainda por cima, se mostra omisso diante da ocupação do campi da UERJ.

Já os estudantes que fazem esse bloqueio “vestem” um disfarce de ativistas pelo direito dos terceirizados e dos bolsistas, porém na verdade trabalham para ( ou estão sendo usados por) grupos anarquistas/esquerdistas que atuam descaradamente na UERJ (“Black Blocks”, FIP,PSTU, etc.).

E finalmente os professores que, em assembleia, decidiram apoiar o protesto dos alunos (e por extensão

a ocupação). Esse apoio se manteria até que os professores contratados, as bolsas e os terceirizados fossem pagos. Não obstante, no momento que os professores foram pagos, o corpo docente convocou atos contra a ocupação (http://www.eng.uerj.br/noticias/1449771170-Ato+Amplo+e+Pacifico+em+Defesa+da+UERJ), e isso antes que as bolsas e os terceirizados fossem pagos. Ou seja, só vale a pena lutar “pelo direito de ir e vir e pela volta à normalidade de todos os campi” quando suas conveniências são atendidas? O artigo 5°, inciso XV, só é lembrado, por aqueles que deveriam ser nosso exemplo, quando convém?

Filipe Magalhães
Enviado por Filipe Magalhães em 14/12/2015
Reeditado em 17/12/2015
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