SOBRE O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE NEGRA

Sempre que penso sobre este assunto, sou levado, pelas reflexões, a cumprir uma sequencia lógica e histórica, de fatos, que começam na África.

O primeiro deles, diz respeito a que, no tocante a escravidão, não podemos responsabilizar brancos exclusivamente, sem quaisquer citações de negros e ainda na sua terra natal, pois, nos vários e fáceis conflitos entre grupos distintos, o perdedor era subjugado, até em sua crença vindo. No Egito há haviam escravos.

Em segundo lugar, vale dizer que, tendo sido trazidos ao Brasil, aqui, negros se associavam para dá manutenção á alguns interesses, formando grupos de trabalho suportado por outros negros de menor expressão social devido a sua condição física, possivelmente, pois mesmo intra espécie humana, os mais forte mandam.

Em terceiro lugar, uma vez assinada a Lei áurea, um número expressivo de negros e negras ficaram por aí sem terem um lugar fixo, mas, sem perderem suas necessidades naturais como comer, beber e dormir que deviam supri-la de algum modo.

Em quarto lugar, cito que, por terem sido rejeitados e excluídos do convívio social nos Centros citadinos, tiveram que assumir precariamente, suas vidas, nos espaços sub urbanos, daí os subúrbios, hoje tão conhecidos, mas diferenciados, pela ação de religiosos, política e de ONG´s.

Em quinto lugar, contam que os primeiros crimes, havidos nesta cidade, cometidos por negros, teriam sido o bater de carteiras, pequenos roubos, mas que tivera, peso na formação de um povo já hibridizados, aliás, já não mais negro autêntico, mas morenos, pardos ou como chamavam no passados, “ os mulatos”.

Em sexto lugar, tenho visto que a maioria dos indivíduos constituintes da população carcerária, são morenos, pardos e os então chamados mulatos, e embora hajam negros, já não é justo afirmar que os delitos, tenham sido feitos por eles, afinal , hoje já se constituiria uma ofensa á África e aos nossos, que legitimamente nos construíram na história. O problema parece residir no fruto da mistura do negro sim, mas com o europeu, que também já não era lá muito bem comportando, em suas terras, daí terem mandato aqui. Será que me enganei ou só veio gente boa?

Em oitavo lugar, digo que com o crescimento das favelas, próximos aos grandes centros, nos quais chegaram as drogas ilícitas, então os sem empregos ( desempregados ), que eram do grupo em pauta, passaram, ( mas nem todos ) a lidar com este “negócio”, mas, de chefia absoluta incógnita, embora tudo indica, realizada por grandes brancos de endereço fixo, ocasionalmente revelado, pois para comprar as drogas, fora do país e trazê-la até onde residiam, havia e me parece que ainda há, devido a ação de combate ao narcotráfico, por parte da Polícia Federal, um custo elevado e economicamente inviável a negros e seus derivados raciais que normalmente “não tem dinheiro.”

Em nono lugar, digo que a saída da mulher de dentro de lar, para ter que ir trabalhar, possibilitou o acesso de jovens ao narcotráfico e assim, já armados, ( e aí reside um outro problema pertinente a defesa ), começaram os conflitos com mortes expressivas de jovens, meninos na maioria, mas não exclusivamente mortos, em combate com a Polícia, afinal, já sabemos que houveram as chamadas queimas de arquivos e outras razões para o exercício do condenado extermínio de parte deste juventude.

Em décimo lugar, digo que o baixo interesse por estudos básicos e menos ainda pelos avançados, talvez tenha nascido com ajuda do preconceito social, que fez com que os outrora chamados de mulatos e um “resíduo social” de negros, se dedicasse, á serem profissionais da limpeza urbana e domésticos, acessavam as Forças Armadas, sendo mais efetivamente assumidos pelo Exército, seguido da Polícia militar e Corpo de bombeiros, tendo posterior acesso a área de Enfermagem, com extensão ás mulheres de mesma raça. Apesar disso, foi na música e na dança, que ainda os negros, morenos e os outrora mulatos, tiveram expressão crescente neste nosso Brasil, mas nunca sem dificuldade.

Atualmente, posso dizer, com base na mera observação citadina, que há menos afrodescendentes, como hoje são chamados, no crime, pois já atuam como Sacerdotes nos Ilés d Candomblé, como Pastores de Igreja do ramo Cristão da denominação da Assembleia de Deus, poucos Batistas e outras denominações, e continuam se direcionando As Forças Armadas e auxiliares onde já podem galgar patentes de generalatos e afins, e na Arte e cultura em geral continuam a crescer , com presença também, e recente na vida política e acadêmica. Assim sendo, e por tudo isso creio que o final ou um redução da presença de afrodescendentes no crime e nas estatísticas de morte ainda vigentes, é uma questão de tempo, que não deixará de contar com um maior desenvolvimento econômico e outras medidas que lhes resguardem uma inclusão num social assaz preconceituoso e não só deste país. Neste ponto a ação do CEAP, dirigido pelo Professor Ivanir Santos, ganha destaque.

Sandive Santana / RJ

Sandive Santana
Enviado por Sandive Santana em 16/12/2015
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