A Minha Araruama

Araruama

Quando penso no teu nome Araruama, me sinto vivo e isso acontece bem devagar.

A infância sempre foi a primeira que saltou dos meus olhos para o teu chão. Ela mais parece como um susto que surge aqui dentro da mente.

A sua lua era mais amarela no horizonte. Suas calçadas quebradas davam-me vida aos sonhos. E suas estranhas rachaduras pareciam letras indecifráveis. Os muros pequenos das casas eram assim pra sempre. E os seus portões de ferro coloridos formavam um arco íris deitado de cara para o céu.

Foi depois das juventudes puras e românticas e dos amigos que um dia se foram para o teu passado Araruama, que eu passei a guardar as perdas dentro de um cofre de chumbo pesado. Os seus eventos vieram. Todos eram iguais no seus finais.

Araruama me soa estranha e bem próxima de mim. Quando penso o nome, ele toma toda a minha cabeça com suas mãos de névoas.

Mas a sua lagoa Araruama, sempre foi indiferente ao que sou e parecia cantar uma melodia antiga sem fim.

Quando nublada me deixava plumbeado, estagnado e de coração letargiado.

Mas quando o Sol queria ser único no seu céu, eu me sentia senhor de mim e dono do meu mundo.

Não era uma cidade qualquer, era ela; minha primeira, mas única Araruama.

Hugo Deff
Enviado por Hugo Deff em 04/04/2016
Reeditado em 22/04/2016
Código do texto: T5594624
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