Raridades

E finalmente descobri a chave que eu estava procurando há algum tempo, a que abria todas as portas da felicidade. Quando soube que não podia amar ninguém, sem amar-me primeiro. Para entender esse amor procurei o vital, não o que era necessidade, mas o que era necessário, e esquecer as preocupações. Tudo parece ser um pouco complicado, quando não consigo parar de pensar em outra coisa que não seja a minha capacidade de amar e às vezes sinto que não consigo nem um pouco o amor que mereço. Mas entendo que não mereço o tamanho do amor de tenho. Compreender que o importante do amor, não é a sentença de que precise ser escolhido. Muitas coisas são mentiras escritas num papel que sempre ficam em branco; não há necessidade de ser escolhido, o universo já nos escolheu. E isso é ainda mais poderoso. Cada vez que dou por mim a pensar, sou propenso a sentir que algo me faz falta, mas a solidão é inimiga eterna na minha tentativa de me esquecer, e me faz lembrar que o que me falta é o que carrego dentro de mim, não por mim, então Solto-me as realidades e agarro-me aos sonhos; esse é o momento em que descubro como vale a pena viver, enquanto muitos apenas existem, quem sabe viver são pessoas privilegiadas; belas, de lindo coração.

São poucas, irrepetíveis, raras de encontrar. Em um mundo cheio de cegos, estas pessoas se tornam invisíveis, desvalorizadas, mal aproveitadas, quase desconhecidas. Ninguém compreende bem, como conseguir amá-las, são tão primorosamente raras que a "normalidade" da sociedade é a sepultura da beleza que entregam.

Vil Becker
Enviado por Vil Becker em 08/09/2016
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