Bela Dama

Ela é como a outra face da lua, muitos sabem que existe mas poucos podem vê-la. Passa despercebida em todos os lugares deste mundo artificial; com o seu cabelo bagunçado e as sardas à flor da pele.

Diz que os poemas românticos não fazem sentido e que os poetas se desculpam no amor quando cometem erros em suas vidas.

Se chama Julieta e me esclarece que não precisa de um Romeu que lhe recite poemas em sua varanda. Para ser feliz, ela dança todas as músicas que eu odeio, e ri das piadas, que para mim não fazem sentido. Me explica com seu doce tom de voz, que é o tipo de mulher que não foi musa de nenhum poeta, mas sem dúvida, tem mais histórias na sua pele que mil livros. Ela é, apesar de tudo, a que vive no lado do meu peito, e com as mãos nuas conserta meu coração...

Deixe-me dizer-lhe bela dama, que o seu amor não é para os mortais, como eu, que não sabem entregar de coração e alma em um só conjunto. Seu amor é para aquele ser que não lhe torne distante o pulso quando tiver que traduzir a sua beleza. No entanto, tendo claro que não posso corresponder a esse sentimento tão puro, seria um pecado fugir de você, sem antes conhecer o princípio dos seus lábios, e o final de seu olhar...

Por amor a seu nome vou escrever todos os dias da minha vida.

Por amor a suas cicatrizes vou terminar os versos que tinha deixado por acabar. Por amor a teus olhos me perderei no céu sem dar trégua para a escuridão. Por amor a tua essência vou arar a minha terra

Para plantar rosas em forma de lembranças. Por amor a tua inteligência irei ler milhares de livros, a fim de te encontrar. Por amor a tua simplicidade vou viver na pobreza terrena e na riqueza do amor.

Por amor ao teu coração não vou deixar que escape a alma do meu corpo, Sem antes te ver mais uma vez...

Vil Becker
Enviado por Vil Becker em 23/01/2017
Reeditado em 28/01/2017
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