Compromisso com si

No hedonismo nietzschiano que acomete os jovens da contemporaneidade, o ato do "ficar" tornou-se o convencional dos relacionamentos humanos, em que a busca pela satisfação pessoal não é mais alicerceada nos vínculos de afeto, mas em adornos do corpo.

O ato em si deve ser considerado como a vivência no momento e o medo de habitar no tempo, no qual a superficialidade das relações é intimamente ligada ao descompromisso com o outro e, na hierarquia de prioridades, o comprometimento com si próprio.

O outro e seus sentimentos, que são reflexos de sua pessoa, são submetidos à supressão de sua própria existência, uma vez que o indivíduo ao "ficar", se resume à simples troca de favores ou, o próprio comércio dos prazeres.

Aos que buscam aliviar a sede da carne, ainda convém a aquisição dos bonecos sexuais que, ainda que plástico, podem ser tão caprichosos quanto as meretrizes, uma vez buscada a superficialidade e artificialização do homem, ao qual nem sempre está disposto a embarcar nessa feira do corpo.

Hermes Custódio
Enviado por Hermes Custódio em 30/03/2017
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