É essa a geração líquida e volátil

Geração que se vende por uma maçã mordida na traseira do celular. Não fomos ensinados a ouvir não, a lidar com a nossa frustração. Deus nos ajude!

Somos cobertos pelo consumismo. E de tão expostos pela necessidade de consumir, passamos a acreditar que realmente é necessário consumir como louco – literalmente. Esperamos jogos, esperamos ansiosos pelo próximo tuite. E aí, vamos derrubar aquela celebridade que postou foto de um procedimento religioso por pena do animal? Ops! Não deveríamos fazer isso porque nossa cultura também permite matar animais! Ah! Mas nós podemos. Porque somos uma geração hipócrita, que critica e que financia e aplaude no nosso cotidiano.

Fortuna! Dinheiro é o centro do mundo. Dizem que dinheiro compra quase tudo – é o que dizem. Quase todo mundo se contenta em quase gostar, quase amar, quase ser amado... quase viver. Somos a geração do relativismo e que não sabemos e nem procuramos saber se o copo está meio cheio ou meio vazio porque aquilo é semelhante as nossas vidas, cara!

Com toda essa informação, com tabletes em sala de aula, ainda que com aulas sem motivação; com todo esse consumismo – que não é mais velado -, com toda esse sentimento ao ver aquela pessoa morta, descansando no chão quente do meio-dia – não, não é a sensação de solidariedade com o sofrimento do defunto. É a sensação de felicidade pela quantidade de compartilhamento que aquelas fotos do defunto podem ter.

Somos civilizados?

Somos evoluídos?

Comove o vídeo da uma mãe macaca gritando ao ver seu filhote morto. Comove o vídeo de um cão ofegante, alterado fisiologicamente ao tentar levantar sua mãe atropelada do asfalto.

Eles parecem ter mais sentimentos que nós mesmos! Isso é um sinal de evolução ou isso é um sinal de uma condição em processo retrógrado? “Isso” é aquilo: inteligência emocional, ainda que não se saiba ou não se saiba muito sobre o que se sente.

Essa é uma geração que não tolera um não. É essa a geração que descarta relacionamentos, que se diz autossuficiente. Essa é a nossa geração. A geração que vai criar o futuro.

Um futuro concretamente líquido, com grandes revoluções.

Diego B Fernandes Dutra
Enviado por Diego B Fernandes Dutra em 16/05/2017
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