Boa noite aos componentes da mesa, aos amigos da Cultura, e a todos que nos prestigiam, com suas presenças.

 

Quem em Brejo Santo pode dizer que não gozou ou não goza dos efeitos ou benefícios das obras realizadas por Balbina Lídia Viana Arrais - A MESTRA?

As suas iniciativas, as suas realizações, seus feitos estão presentes na nossa cultura até hoje, pela tradição oral ou escrita ou pela própria história da cidade.

Ela veio à Vila de Brejo dos Santos, a mando do governo, ensinar as primeiras letras, por um determinado espaço de tempo, pensaram alguns, principalmente por saberem ser ela esposa do Boticário Lydio Dias Pedrozo. Engano ! Deus é providente e nao falha aos que nele confiam.

 Aqui ela ensinou as primeiras letras às crianças, aos  adolescentes , às donas de casa, à luz do candeeiro à noitinha; ensinou a amizade, a solidariedade, o respeito, a partilha , o amor, ensinou a dignidade a muita gente, ensinou enfim o valor da vida , ensinou a viver, com o seu testemunho de vida.

Acolhida por Basílio Gomes da Silva iniciou na Taboqueira a missão desempenhada eficazmente até sua morte e soube tão bem transmitir à Filha, às netas, às  afilhadas,  as agregadas, às amigas a todos que tiveram a graça de com ela conviver.

Entre os alunos garimpava os diamantes brutos e encaminhava-os aos seminários ou em busca de uma profissionalização.

Seu temor a Deus era tamanho a ponto de não fechar as portas de sua casa para quem quer que fosse, nem para socorrer a  um cangaceiro agonizante.

O Casarão serviu de escola,Igreja, Casa paroquial, esteve sempre disponível a tudo e a todos.Porém não houve nenhuma autoridade que se sensibilizasse e buscasse junto aos órgãos federais  uma ajuda a fim de que ele fosse tombado como Patrimônio histórico. Os universitários e os professores que tentaram fazer algo,não mereceram a atenção das nossas autoridades. Quantas vezes vi Madrinha Auristela sair à  procura de negociar a fim de poupar a demolição do casarão. Tudo em vão. O pior de tudo é que demoliram sem necessidade. Nada foi construído. Está lá apenas o muro das lamentações.

Não podemos esmorecer. Precisamos buscar parcerias com instituições, reedificar o casarão para um espaço cultural.

É louvável registrar os dados para a nossa história não se perder. Nossas novas gerações precisam saber da sua história; Mas ainda é tempo de lutar a favor da reconstrução do CASARÃO DO SABER, da Nascença e de outros projetos .

Obrigada aos familiares de D.Balbina que se fizeram presentes, a todos que contribuíram para a impressão do Livro, aos que compareceram ao evento e aos que se juntarão a nós na luta pela cultura..

Meus sinceros agradecimentos e Boa Noite.

 

Marineusa Santana

 

29/12/2007

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