DUETO PRATA - Um índio e uma Cigana

Os carros passam… pessoas passam,

Movimento frenético, só de olhar cansa,

Atropelam, correm, pelo dinheiro matam,

Ver quem não o faz é coisa que espanta.

Bruno

A vida continua a seguir um rumo só.

Os carros passam, mas eu sigo a pé.

Eu atropelo meus pensamentos sem correr.

Eu vejo além do que devia ver.

Soraia

Um espanto que se traduz em alegria,

Que se transforma em… esperança,

Crianças serão imperadores um dia,

O equilíbrio dos pratos da balança.

Bruno

E que alegria voce me traduz! Esperança.

Sou criança, mas sei navegar em alto mar.

Meu equilibrio é ser uma onda que vem e vai.

por isso faço-lhe esse dueto. Um prazer a mais.

Soraia

Existem pessoas que só pensam por si,

Que não te atropelam, que não correm,

Seres que reconhecem o seu ser em ti,

Sabem que não acaba quando morrem.

Bruno

Eu penso por nós e para o mundo.

Eu corro lentamente e chego à algum lugar.

Mas não sei se tenho esse reconhecimento.

Mas morro pra te deixar feliz.

Soraia

Entre elas estás tu, cigana preciosa,

Reflectes os raios da eterna alvorada,

És perfume e pétalas da mais bela rosa

Uma semente que à muito… foi plantada.

Bruno

Sei que tens a alma de indio. É o que tu és

Sou raio de sol, sou tempestade também.

Meu perfume exala na primavera e na música.

Se sou semente, não me deixe mentir nesses versos.

Soraia