O COTURNO! Um duo...

Fetiches de seduções,

Milagrosas aparições

Desfilam em minha cela,

Sob cores vindas de aquarela.

Auto-flagelo de emoções,

Tantas são as projeções!

O Coturno impera nela

Esta – aquela... e Ela!

Faz do meu falo o cassetete

E se coloca tête-à-tête.

Variadas são as excitações

E tantas as permissões!

Quem é guarda e prisioneiro?

Qual o segredo do cativeiro?

Amor goteja o dia inteiro

Não há ódio nesse tabuleiro.

Jogas-me contra as grades,

Unem-se nossas vontades...

Sufoco-a com meus beijos,

Beijos, beijos e mais beijos...

Lucidez e loucura,

Uma quase tortura

De ébrios desejos.

Abrigas meus ensejos,

Malícias e sevícias intensas

Fruto de paixões tensas...

Paira no ar cheiro de sexo

Que me deixa perplexo!

Na languidez que corre pelas veias

À minha frente arreias.

Cenário perplexo e complexo,

Em nada busco nexo.

Atos falam mais que os versos,

Pois somos dois universos,

Encontro amoroso de rio e mar,

Num instante de alucinar.

A pororoca logo desemboca

Num enrosca-enrosca

De línguas que se entrelaçam

E ameaçam...

Bocas se acoplam

Atrelam e rimam...

O coito é meio afoito

Doido, doído e completo...

Quedam-se os dois

Ao depois...

Plenos... Satisfeitos!

Gozos... Perfeitos!

Duo: Hildebrando Menezes e Silvia Mota – Poetas do Amor e da Paz

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 05/03/2012
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