*QUANDO OS OLHES SECAM

Delasnieve Daspet

Quando os olhos secam
É porque já chegamos a um lugar
alem das lágrimas.

Um espaço desolado e silencioso
Onde nada cresce
E os sonhos são abatidos
Por falta de sustento.

Sem perceberes, alheio ao que te cerca,
cruza o rio invisível...
E teus olhos e tua boca
Jazem, cheios de pó, no incomensurável.

Perdi as lágrimas, perdi o conforto.
Apenas o vazio
Há séculos recordas e ouves.


Quando os Olhos Secam
Sonia Nogueira

É rio que não corre na vertente
O dia descolorindo a poesia
A alma já cansada em agonia
Veleja sem ter rumo afluente.

As sombras murcham alongadas
O corpo indolente quase nada
Derrama languidez na madrugada
Embalde fita olhares nas estradas.

A face perdida na distância
Perde o rosado da alegria
Nem o vento varre a agonia
Mas carrega da hora a vigilância.

As horas estacionam dolentes
A vida corriqueira se multiplica
A lágrima vazia só implica
Em não aparecer, lágrimas carentes.

Delasnieve Daspet
Enviado por Sonia Nogueira em 10/06/2012
Código do texto: T3715730
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