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PROSA MELANCÓLICA...

Hoje poetisa, quando deitei meus olhos no horizonte,
senti que o tempo, passava menos apressado,
e de soslaio observei nos fatos do meu passado
atos, os quais já não encontro mais as fontes.
Deve de ser um segredo bem guardado
que meu ser, em poeta transformado
não quer e não acha mais as fontes.
 
Hoje poeta, ao abrir a janela do meu quarto
Deparei-me com o olhar austero da saudade:
Encarou-me entristecida, 
Não trocamos nenhuma palavra
Incomodou-me a inoportuna  visita...
O tempo fechou em meus olhos
E choveu na minha alma aflita.


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É a melancolia poetisa, que nos acorda
neste de dia de infinita nostalgia e pranto,
soubesses que desespero em meio aos cantos
e choro amargas dores de uma realidade morta
saberias que num grito puro e santo
que me arranca esse infausto desencanto
transformo a pura ideia em ideia impura e morta.
 
Guardei tantas mágoas. Prendi o meu choro...
Brami entre as ondas de um mar revolto
De encontros, partidas e medos tenebrosos.
Já viste em meus olhos insônias angústias
O tempo a punir-me, apontando-me culpas
Torturando-me com uma incansável súplica!
Ah poeta, o sol vestiu-se de luto
E dentro de nós tudo virou chuva...




DORA ESTRELA/
/ THY RAVEN