CATARSE – Um duo

Complicado é, tentar conter a dor

De quem sem perdão, dilacera o peito

Há que se dar evasão a todo tipo de amor

Porque só com ele pode se dar um jeito

Ao sorrir sangrando, sem nenhum pudor

Sem querer, mascara um sentir perfeito

O que não se faz em estado de torpor...

Todo o sangue acelera e depois se alastra

O Poeta sabe o que corrói a alma

Do que procurar maquiar seu rosto

Você deve se dar um banho de lama

E assim estar preparado, com gosto

E parece que a angústia se acalma

Se dissimular da face um desgosto

O corpo pede um toque com calma

Passado o outono, véspera de agosto

Mas há um sentimento introspectivo

Que devagarzinho começa aflorando

Há que se contaminar no coletivo...

Primavera deslumbra e vai chegando

Pois o escrever, será o simples motivo

Se meu versejar lhes parecer sombrio

Não há como resistir a um comboio

Construir caminhos poéticos alternativos

Nada mais será do que um exorcismo

Renovando as águas, como faz um rio

Passo a passo o que vale é o pluralismo

Assim vence, com ternura, o desvario.

Lourdes Ramos & Hildebrando Menezes

Navegando Amor e Lourdes Ramos
Enviado por Navegando Amor em 18/05/2015
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