Conversas Itinerantes

Sou um filme eternamente clichê

Cheio de lugares comuns

Cheio de sentimentos comuns.

Um poeminha clichê:

"no meio do amor tinha um clichê,

tinha um clichê no meio do amor"

Sinopse:

A vida acidentada de alguém em busca do reconhecimento pessoal

através de fragmentos morais

lidando com a solidão de uma nova responsabilidade social e seus desejos de interação

tudo bem clichê.

Adicionando desejos estranhos, insanos.

E talvez aceitar um copo de veneno e uma desculpa qualquer

de como o mundo engole as pessoas inteiras.

E talvez seja precioso.

Um ficar só necessário,

Caso

Se alguém me disser que eu sou forte

ou que eu tenho de ser forte,

vou chorar um mês inteiro

Com a impressão de que estão me empurrando para frente.

Ainda que eu diga que talvez não queira ir,

aí então,

eu vejo os homens.

- Do que são feito os homens?

- São feitos de água e sal.

E sabe pra onde foi todo meu amor próprio?

Todos os lados

Todos os sentidos.

Juntar está dando muito trabalho

Talvez de água e sal falte açúcar,

falte interesse.

E se tem algo que eu sou bom nessa vida

é enrolar o meu desinteresse

até que ele pareça interessante.

No fundo eu sou uma senhora trintona, meio a lá Hollywood.

Suplicando que o amor me encontre nos lugares mais improváveis,

apenas para poder provar que o amor existe

e claro, depois cuspir que nenhum outro homem me fez feliz.

Porque é uma frase clássica

Mais um clichê

Então me vêm as escolhas

Quem realmente escolhe?

Tenho a súbita impressão de que no fundo quem escolhe sou sempre eu.

Uma vez a mãe de um amigo disse uma coisa:

O histérico ou mulher é sempre quem escolhe,

é sempre quem quer ser seduzido e rejeita ou aceita.

Sou mesmo uma mulher trintona brincando de amor,

muito surreal.

Uma mulher de fases circunspecta

Eu gritaria pra mim mesmo: "vai viver porra"

Mas certamente eu ficaria magoado

Viver a porra é o que nós mais precisamos

Celebrar a dádiva de dar uma “trepada” sem drama.

Entendo-me quase um cordeiro.

E se fosse um “filha da puta” talvez eu não sofresse metade.

E a vida me manda ser uma boa pessoa, e manda sempre.

E sou um cordeiro

Não sou lobo.

E os lobos consomem,

mas eu sigo cordeiro.

Sempre criando garras de aço

Vinnie Miranda - Interceptado por Julio Carvalho

Vini Miranda
Enviado por Vini Miranda em 13/06/2013
Reeditado em 13/06/2013
Código do texto: T4339949
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