Evolução: um desenvolvimento em espiral que ascende

Frequentemente nos surpreendemos com velhas situações íntimas e exteriores e questionamos nossas já pensadas aquisições: "Eu pensei que havia vencido isto!". O susto é, de certa forma, natural, pois o objetivo da superação constante é um ideal que nos consagra à saúde mínima. Porém, se olharmos bem para essas situações, com atenção e sem o julgamento moral que pesa e deprecia, vamos notar que as aparentes iguais circunstâncias ou quedas diferem pelo menos um pouco (se foram minimamente aplicados o esforço e a vontade para mudança) da sua velha versão.

A Lei do Progresso (que rege a inexorável melhoria do espírito e da matéria) nos impulsiona constantemente: podemos resistir e estacionar por algum tempo, mas a força do sofrimento que disso decorre quase que nos obriga a retornar ao rumo mais condizente ao fluxo divino. Quando uma criança estuda sobre seres vivos, por exemplo, no Ensino Fundamental, por hora atende à adequada proposta que está em conformidade com a sua realidade, o que não a isentará de, mais tarde no Ensino Médio, aprofundar nas noções de Biologia. Se, apesar das condições de aprendizado, rejeitar a lição, desencadeará as consequências correspondentes à esta escolha. E a vida procede assim de modo geral: de experiências mais simples às mais complexas. Um tema ou uma questão sempre é revista por olhos novos ou por olhos que são convidados à renovação. O grande e consagrado astrofísico de hoje não poderá deixar de se atualizar e até contribuir com o próprio trabalho para a expansão do conhecimento de sua área. Assim é para tudo: ética-moral, sentimentos, ideias... Por isso, ao nos esbarrarmos numa aparente velha limitação, procuremos olhá-la com disposição e boa vontade.

O problema nunca é o mesmo, apesar de ser do mesmo gênero. Alguém em ódio por algo, nunca o experimenta da exata mesma forma, sobretudo se procurou os meios para se modificar. A renúncia que se faz hoje, poderá ser ainda mais sublime amanhã demonstrando aquisições maiores da mesma alma que já deu outros passos. A diferença entre nós e um santo é que ele está numa etapa mais elaborada e exigente: o pequeno sacrifício que fazemos ao nos calarmos diante de uma ofensa é o fruto que nosso nível educacional exige; para o dele, o sacrifício da própria vida, se necessário, é um ato glorioso de amor que atende à sua consciência mais enriquecida. Isso porquê crescemos, se fossemos representar graficamente, como uma linha em espiral que para cima se desloca. Revisitamos um mesmo ponto e um mesmo assunto sempre e de uma forma mais elaborada ou consciente: este é um princípio geral que apenas pode ser momentaneamente suspenso ou lentificado, conforme nossa renitência ou falta de esforço, cabendo pois a nós mesmos a cooperaração para um progresso mais rápido, minimizando o quanto antes os sofrimentos que nos acometem. De modo geral, sabemos que quanto mais avançado é alguém ou uma sociedade, mais rápido pode progredir mais, pois há maiores bases assentadas e por estar mais sensibilizada a consciência da necessidade de prosseguir para estados melhores. O homem primitivo não se ocupava tanto da participação consciente de seu crescimento quanto o homem pós-moderno no qual estão despertas e clareadas as razões pelas quais devemos buscar sermos melhores. Até os ateus e materialistas compreendem a necessidade do homem otimizar a si e a sociedade, ainda que só pelo conforto material e pela qualidade da vida física. Então, sigamos sempre com empenho. Quem se estagna ou se entrega ao desânimo vai contra um processo natural. O aluno que se dedica costuma alcançar as notas necessárias para a aprovação muito antes dos derradeiros momentos finais do fechamento daquele período letivo, evitando dores, ansiedades e desespero. O trabalho em prol de si e dos outros sempre se reverte em frutos da relativa tranquilidade e paz nesta vida, que, embora não sejam absolutas, são gozos de felicidade possível.

(Inspirado em conhecimentos espíritas e psicológicos.)