Hipocrisia

No cenário político atual do Brasil, em meados de 2017, trava-se uma batalha partidária entre os eleitos e seus eleitores. A fim de determinar o futuro da nação e quais as soluções cabíveis para resguardar os interesses em jogo.

Com um pouco de bom-senso podemos observar que as forças empregadas se destinam para a aquisição de bens e valores diferentes, de acordo com quem as emprega, independentemente da bandeira erguida e do lado do qual faz parte. Falta a nós um consenso dos objetivos que traçamos.

No emaranhado dos conflitos que emergem a todo instante, cada pessoa busca na competência de suas forças os limites e os meios para fazer valer os seus interesses. Entre as formas de obter sucesso, vejo a hipocrisia como uma ferramenta hábil sendo utilizada nas mãos dos “pseudos-intelectuais” do presente momento.

A dissimulação dos interesses escondidos, elencados em uma falsa promessa de bem-estar coletivo, ganha cada vez maior número de partidários diante do sacrifício da boa-vontade do povo brasileiro, através de campanhas nas quais a desinformação e a falta de compromisso com a verdade ajudam a “vender” uma imagem que não existe.

Tais fatos podem ser comprovados a todo instante através das ferramentas de comunicações sociais ao ser analisada a veiculação de notícias e estórias sem compromisso com a verdade, mas que afetam consideravelmente a opinião popular, tornando-as “partidárias” à “essa” ou “aquela” corrente de forças.

A hipocrisia utiliza de duas estratégias fundamentais: a primeira, como dito anteriormente, é de vender um quadro que não existe; a segunda é a de atestar a veracidade do quadro distorcendo e adulterando a realidade através de joguetes com as opiniões populares.

A mecânica desse jogo é bem simples de ser analisada. Para conquistar “partidários” é necessário apresentar uma figura como sendo a causadora de todo o sofrimento do quadro retratado, em seguida apresentar-se como vítima e, ao mesmo tempo, salvador do cenário criado por si. Por fim, atribuir como autor do quadro aqueles a quem se deseja vencer.

Na prática, ocorre da seguinte maneira: os hipócritas apresentam suas mentiras como sendo verdades através de estórias fictícias para levarem os sentimentos humanos ao extremo do medo e do pavor, gerando revolta naqueles que compram as suas manchetes.

Aqueles que não compram as suas falsidades acabam por servir de instrumento para a oposição ao serem bombardeados com notícias revoltantes que semeiam a discórdia e o ódio no público em geral, ao ponto de despertarem pensamentos e comentários de natureza infeliz, alimentando a disputa ideológica partidária, e acabam servindo como um indício de veracidade do quadro-que-não-existe.

Em síntese, a hipocrisia trabalha com ambos os lados da força. Em um lado trabalha para ganhar adeptos e do outro para enfraquece-lo. Colocando uns como vítimas de um ódio sem justificativas e incitando outros a odiarem.

Quando o ódio está presente em ambos os lados, a hipocrisia vence. Todas as vezes que os cidadãos “do bem” realizam manifestações e discursos públicos de ódio, a hipocrisia ganha força. Torna-se fácil, dessa maneira, vender “algo-que-não-existe” como verdadeiro ao manipular as opiniões para caberem dentro do bolso de quem compra.

O momento atual nos exige vigilância para não cairmos nas armadilhas da hipocrisia e nem nos tornarmos hipócritas. Tomando o cuidado necessário para não ceder às revoltas e ao ódio.

O esclarecimento, a educação vinculada com os mais nobres sentimentos e a paciência com aqueles que ainda são incapazes de discernir a verdade ainda é o caminho mais seguro para o adiantamento de nossa pátria como uma nação.

Quem se engana de “boa-fé” logo torna-se feliz em reconhecer seus equívocos e busca aprender para não mais errar. Aqueles que erram propositalmente afim de obter qualquer tipo de vantagem e mascaram os seus erros com o intuito de não enfrentarem a verdade, ainda têm um longo caminho pela frente até que as suas patias sejam sanadas.