Sem dúvida...

Sem dúvida,

A dúvida é um fato

Em certos dias,

Um presságio

Que o poeta nos absolva

[ do plágio

E nos permita conspirar

Ainda que de passagem

Ainda que tanta bagagem

Esteja envolvida...

A vida, em si, não nos cobra

Mas também não nos encobre

Não nos condena

Nem nos traz clemência

Relega nossa sina à consciência

Com a ciência, pungente

Da semente plantada

Em terra entorpecida

De um alma já apenada.

Mas, nem a culpa impede

Se a emoção impera

Se a longa espera

Que separa as partes

Teve revogada

A sua sentença

Florença, em festa

Afasta a incerteza

E volta a acreditar:

Veria, um dia, de perto

O riso franco,

O peito aberto

E o brilho, sereno (?)

[ deste seu olhar.

K.