Ante a finitude humana

Olhar para nossa finitude como um fato natural e necessário nos proporciona uma abordagem singular e coletiva do tempo de cada um nessa vida e de nossas relações para com o outro enquanto seres em desenvolvimento e aprendizes com nossas escolhas, erros e acertos.

Nos construímos, desconstruímos e vamos nos rearranjando de maneira permanente, permitindo o avançar sobre a ignorância temporária de tantos e necessários novos saberes acerca de nós mesmos, do meio onde nos inserimos e para com as pessoas do nosso convívio ou daquelas que mal sabemos existirem.

O que nos impulsiona a continuar é o pulsar de nossas inquietações, nos levando ao despertar para com as demandas coletivas que carecem se sobrepor ante as individuais quando essas já estão suficientemente contempladas ou, ao menos, que uma não exclua a outra.

Uma das mais importantes tarefas dos pais e, por conseguinte de uma sociedade mais justa, é a de passar para os filhos que não é saudável apenas o eu, não importa como e onde, à custa de outros, com a crença de uma suposta sobrevivência em meio a uma selva infestada de feras em disputa de efêmeros sucessos a qualquer preço.

Saudemos os limites sobre o possuir coisas e delimitar pessoas, fronteiras com as quais se viabilizam as condições para que sobressaiam coletivamente, permanecendo vivos e factíveis, os almejados sonhos de oportunidades efetivamente igualitárias para a família humana, para tanto um caminho saudável a percorrer é apenas um, o certo.

Mas o que é esse certo em nossos tempos?

Intangível e aparentemente subjetivo buscar fazer o que é certo é um duro aprendizado que ainda buscamos numa sociedade que tende a ser mais virtual, indiferente e fragmentada.

Ao fim de nossas jornadas possamos celebrar um ciclo de vida amplo e ao mesmo tempo singelo, o de termos vivido bem, não anjos, pois que humanos, mas serenos e pacificados com nossas histórias, um “Carpe diem”, onde tenha havido, frente a toda diversidade de pessoas e contextos, o desejável e não utópico certo.