Liberdade e prisão - um paradoxo

Tornozeleiras ontem e hoje:

O Ministério Público Federal em Goiás investiga se o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex assessor especial do Presidente Temer, furou a fila da tornozeleira eletrônica. Informou o Diário Catarinense e outros meios da mídia brasileira, em mais um escândalo vergonhoso, pra não dizer hilário desse nosso Brasil varonil. Michel e Temer estão sendo denunciados pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva.

Motivo? A tornozeleira não funcionara, segundo denúncias. É denúncia sobre denúncia. Uns querendo se safar e outros denunciando pelo mesmos motivos. Vinganças, interesses próprios e a sensação de impunidade faz com que esse dominó de notícias se multipliquem a cada dia.

O objeto, não pior do que os cinco piores castigos na época da escravidão no Brasil, era atividade primeira na época aos senhores que propuseram essa maneira de evitar as fugas dos escravos nos trabalhos pelas fazendas. Seus algozes e senhores de engenho ditava as atrocidades.

No caso em São Paulo, por exemplo, onde as tornozeleiras estão em operação desde 2010, os testes com o equipamento começaram em 2007 e a implantação ocorreu em 2010, segundo anunciou o site www.em.com.br, jornal eletrônico de Minas Gerais na época. Desde então, a definição de quais presos poderão usar as tornozeleiras ficará a cargo da Vara de Execuções Criminais, mas antes de passar pelo juiz, o detento será avaliado pela Comissão Técnica de Classificação (CTC) da unidade prisional onde ele cumpre pena, segundo o mesmo site.

Pois bem, inúmeros casos de fraude e de fugas pela retirada de tais “adornos” em diversos Estados foram registrados. Nada comparado à boa nova: no caso, a insistência e o furo de fila na implantação da tornozeleira, já que a fabricação está aquém ao número de uso.

Não bastasse a superlotação, os maus tratos à população, agora a falta de vergonha ao percebermos que até quando políticos não conseguem se livrar rapidamente da prisão, mais uma vez, eles usam de sua influência e compram a vez de usar um objeto de uso de quem tem um delito, para se mover livre de seu castigo.

Ainda sim, se meu julgamento for injusto, costumo dizer que onde há fumaça há fogo. E a falta de confiança em meio a tantos crimes e safadezas, nos leva a não deixar de dar crédito ao que vem de meios de comunicação confiáveis.

Enquanto isso, fazendo um gancho ao início de meu pensar, é triste que, em um Brasil de diferenças sociais, de preconceitos, de 1500 à escravidão e em evolução no sonho de igualdade e amor, ainda haja o uso da corrente e da força, agora não dos senhores contra escravos. Sim, de uma minoria rica e acreditando que tudo pode e nada pune.

Libertas quae será tamen - Um paradoxo.

Silvinhapoeta
Enviado por Silvinhapoeta em 10/07/2017
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