A CARTA

Em um dos cantos de minha casa encontrei uma carta. As palavras escritas ali me estremeceram. Dizia assim:

"Hoje eu posso ouvir o cantarolar dos pássaros, sem que a tristeza me atrapalhe. Hoje o meu pescoço não possui marcas, tenho o meu travesseiro e um lindo jardim”.

Aquelas palavras foram tão fortes que solucei, tomei um copo de água! Continuei.Você me humilhou de tal maneira, que nem o meu nome sabia mais.

Você me feriu sutilmente com aquela agulha fina e quente, perfurando os cantos de minhas unhas lentamente. Sabe? Aquele cantinho que ninguém vê, depois de três ou quatros camadas de esmalte.

Sobrevivi, na verdade me livrei. Livrei-me da sua cara, de seu cheiro, me livrei de seus gritos dizendo que “não posso”, que “jamais conseguiria”, até ao meu útero tu dissestes “que era uma arvore podre”. Mas, hoje tenho uma filha da alma. ”

Meus olhos marejavam ao percorrer cada palavra daquela folha.

“ Talvez eu não consiga remendar os meus pedaços de uma só vez, pode levar, dias anos, nesta vida ou na outra, não importa eu tento outra vez".

Para sua casa eu não volto.Os teus braços de algemas não quero. O teu inferno não aceito mais.O sol é meu, o sorriso é meu, o meu coração é meu.

Grito, grito, grito, o universo e este veneno são minhas testemunhas, entenda, não quero mais. Você não é meu dono, você não me possui, pra você não volto jamais. ”

Embebida de lágrimas.Terminei de ler a carta, que as reminiscências de meus pensamentos escreveram pra mim...

Jessicarosanne.to@gmail.com

JESSICA ROSANNE
Enviado por JESSICA ROSANNE em 19/08/2017
Reeditado em 29/04/2018
Código do texto: T6088363
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