Avô Zé Salvino e o Fio Biográfico

Após ter falado um bom tempo acerca da família paterna usualmente, e agora resolvi por falar da longa e legal família materna, que visivelmente eu vejo muito pouco.

Virtualmente o começo de tudo foi a fenomenal figura do vô Zé Salvino, um figura inspiradora para os netos e bisnetos , ninguém deve escapar á memória de um ficcionista em formação.

O generoso avô que já mora com Deus, sumariamente é um símbolo de resistência e da presença divina. O meu prezado avô era um fio contínuo de narrativas e experiências, um rio caudaloso de narrativas que permanente evoluem crescendo formando uma linda maré.

Zelosamente o ancião viveu sua vida de forma muito feliz, a terceira idade na casa da filha na cidade de São Gonçalo durante seus últimos dias de vida.

E a polifonia da vida que foi muito frutífera usualmente segue uma sonoridade exata e plena que traduz uma felicidade particular vinculada a certeza da polifonia da vida.

Salvas exceções , a polifonia da vida obedece uma sinfonia em que as notas são colocadas em uma sequência bem modulada onde os acordes assumem uma forma de melodia.

A cada desafio da vida conforme assumiu um conjunto de riscos bem formados e desenhados que ficam alinhados num alinhamento quase perfeito assimilado.

Legalmente a polifonia da vida seguem essa exata harmonia da vida, em que as notas graves se juntam as notas agudas , parece um mosaico sonoro.

Visivelmente um ancião trivialmente reconta suas narrativas numa ótica colorida como um desenho estucado na parede, e a vida passa todas fissuras da existência , com as notas agudas elimina os sofrimentos.

Isso indica que o ancião viveu na medida exata da polifonia da vida com um efeito consistente nas fibras da existência , esse detalhe pode parecer risível e inegociável.

Naturalmente a existência também tem movimentos bruscos e totalitários que aparecem como os riscos mínimos de uma paródia quase perfeita de uma peça teatral, quer seja uma comédia quer seja uma enorme tragédia.

O ancião recuperou somente os momentos altos da polifonia da vida por intermédio dos seus inúmeros relatos contados e recontados por seus filhos a seus netos e bisnetos.

Esta polifonia se reestrutura numa sequência menor musical conforme o grande crítico musical Alex Ross em suas colunas semanais na revista New Yorker e no grande livro 'O Resto é ruído', se fundamenta que a música depende de muitos ruídos.

O caminho selado para uma música de entrada sinaliza muitas verdades e na trilha de bodes comum onde todos passam exatamente.

Finalmente a vida deve ser bem relatada na medida que o biógrafo resiste a sua própria existência , ao recontar as outras que não são suas exatamente verdades absolutas ou meias -verdades que busca afirmar ao longo de seu novelo biográfico.

Isso aponta para um modelo de vida bem frutífero e exato para um ancião que caminha nos detalhes do existir sem encarar as desditas do viver, nesse caso o biógrafo vai ao encontro riquíssimo de muitos detalhes acrescentados, recuperados graças á memória e outros aparatos.

O existir do ancião Zé Salvino passa por esse tipo clássico de tratamento mediante uma reconstrução contínua que desafia a finesse de seu biógrafo aumentado em um número bem favorável.

Bem uma biografia acidentada pode ganhar um conjunto múltiplo de escrita e reescrita recontada por um biógrafo bem habilidoso que observa todos os detalhes que perfazem uma vida polifônica e múltipla do ancião Zé Salvino.

Inicialmente a finesse do seu biógrafo deve ser um fio exato e desenvolto na medida que a biografia vai fluindo com a água de um rio que corre rumando ao mar, nessa imagem exatificada por fatos concretos e nada exagerados.

O biógrafo busca recuperar lembranças importantes para que possa montar um painel constante dessa pessoa escolhida , para que não seja uma mera utopia recriada, mas o biógrafo se afasta do mundo com a ideia original.

Geralmente a biografia assume o papel exato de uma invenção ou reinvenção de uma possível existência recriada mediante os dados informativos e os desenhos poderosos.

Realmente esse habilidoso artesão da Palavra usa todo recurso disponível para tergiversar sobre a pessoa escolhida , em nosso caso especial um ancião tem muito para nos contar acerca da sua vida e de vidas alheias.

A sua própria vida é um espelho que não pode ser riscado ou repisado com força sinfônica da vida escrita pelas tintas da esperança e justiça que são puras e adequadas ao saber de um escriba e de um escritor.

Figurativamente a imagem do ancião ressoa nas páginas de livros e revistas de maneira quase infinita e solar dando ao biografado mais uma existência digna de nota.

Isso reflete como o viver tão polifônico poder ser ampliado mediante o pensar e o encaixar das peças da vida escolhida.

Categoricamente esse biógrafo olhará para o passado com muito cuidado, em busca de verdades submersas no passado , bem ampliado de notícias e temas que só a polifonia pode oferecer ao longo da existência como uma vontade de potência referida pelo filósofo alemão Nietzsche em 'Além do Bem e do Mal'.

O ancião ao nos contar sua vida de forma magnética reduziu sua existência a fagulhas de redenção reafirma verdade estilhaçada em seu texto existente nas brumas da lembrança.

JessePensador
Enviado por JessePensador em 09/09/2017
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