As religiões antigas
   

    foi Jung que nos chamou a atenção para esse aspecto particular da nossa psique, que é o compartilhamento coletivo e inconsciente de uma simbologia que habita na mente da humanidade desde os seus primórdios. Essa simbologia, que ele chamou de mundo dos arquétipos, é um arsenal de conceitos, intuições e experiências que as pessoas, ao longo do tempo, vão acumulando em suas mentes inconscientes e transmitindo aos seus descendentes, na forma de costumes, tradições e outros comportamentos que se tornam padrões psíquicos. Esses traços de cultura, muitas vezes, se convertem em crenças e valores que acabam conformando a vida das pessoas e suas sociedades, tanto para o bem como para o mal.
     A religião é uma dessas experiências psíquicas cujas raízes estão plantadas no inconsciente coletivo da humanidade e seus ramos e frutos têm, ao longo do tempo e da história, conformado a vida de grande parte da vida das civilizações. Por isso não existe um mundo mais influenciado pelos chamados arquétipos do que o universo das crenças religiosas. Todas as pessoas professam alguma forma de religião, já que, de um ponto de vista essencialmente lógico, o próprio ateísmo seria uma delas, ou seja, a religião sem Deus, a crença do ateu, cuja divindade, na verdade, é a ciência do bem e do mal, definida na Bíblia como inspiração diabólica.
Quem, em sã consciência, consegue discorrer sobre os fundamentos da sua religião sem apelar, no fim dos seus argumentos, para o velho recurso da fé? E não dizer que os fundamentos da fé não se discutem, mas aceitam-se ou não, e pronto?  Assim é porque esse é um fenômeno fundamentado em arquétipos que o nosso inconsciente hospeda desde as primeiras experiências psíquicas que o ser humano já teve.
Fenômenos observados na natureza e não inteiramente compreendidos; intuições sobre fatos e acontecimentos que a mente não consegue explicar; sentimentos intraduzíveis na linguagem pobre e rude das primeiras civilizações são os fundamentos de todas as religiões. O que não se consegue exprimir em linguagem organizada, conceitual, lógica, a nossa mente transforma em símbolo, mito, diagrama, metáfora ou outra forma qualquer de mensagem para que a informação seja recepcionada em nossa mente. Pois todas as informações que o nosso organismo recebe através dos seus cinco sentidos são armazenadas em nossa mente. Se forem processadas pela sua parte consciente tornam-se conhecimento, se não forem processada dessa forma tornam-se intuições, pressentimentos, supers-tições, crendices, mitos, os quais podem evoluir para verdadeiras crenças. 
 

Os Mistérios Antigos
 
      Assim é que a fauna inconsciente que habita na mente coletiva de um povo, muitas vezes, torna-se uma crença arraigada e acaba dando nascimento ao fenômeno da religião. Esse fato, que foi explorado por James Frazer (O Ramo de Ouro, 1890), nos leva a um tema particularmente relevante aos adeptos das doutrinas secretas, entre elas a Maçonaria, que são os chamados Antigos Mistérios.[1]
Como sabemos, todos os povos antigos costumavam, de alguma forma, prestar homenagens á Terra-mãe, através de algum tipo de sacrifício ou representação folclórica, que tinha por objetivo obter as graças da Divindade, para que ela os premiasse com fartas colheitas. Para esses povos, o sacrifício de sangue tinha a ver com os produtos da terra. Até entre os hebreus essa conotação era evidente, porquanto o sangue, cuja palavra hebraica é nefesh, também significa espírito vital. Assim, o sacrifício de sangue, para eles, importava em oferenda á terra, do próprio espírito vital do homem.[2]
     Fenômeno observado em seus efeitos, mas pouco compreen-
dido em suas causas, as antigas civilizações intuíam nesse comportamento da natureza uma reciprocidade de ação que era benéfica quando elas lhe prestavam culto e maléfica quando esse culto não era prestado, ou, no seu entender, era mal feito ou recusado pela divindade que presidia essa propriedade da natureza. Se perguntados por que realizavam tais cultos, eles não saberiam dar fundamentos lógicos para isso, mas sabiam que algum resultado disso adviria, e ninguém duvidava da importância dessas celebrações. Porque elas estavam entranhadas no próprio espírito desses povos e não realizá-los, na forma devida, traria algum tipo de malefício para a comunidade.
     No Egito, com os Mistérios de Ísis e Osíris, ou na Mesopotâmia com os ritos consagrados á deusa Ishtar, ou na Índia com os Mistérios de Indra, esses festivais, como eram chamados essas representações, tinham um caráter social e religioso que davam marca a um simbolismo arquetípico da maior importância para esses povos. Mesmo no intelectualizado mundo grego e entre os povos que se desenvolveram sob sua influência cultural, esse simbolismo assumiu um aspecto tão fundamental, que a partir de certo momento de suas respectivas histórias, transformou-se em um instituto patrocinado pelo próprio Estado. Foi o caso da República de Atenas, por exemplo, que recepcionou na legislação que Sólon lhes outorgou os chamados Mistérios de Elêusis como marco fundamental e obrigatório de sua cultura social, política e religiosa, punindo inclusive com penas extremamente severas aqueles que violassem o caráter sacro dessas instituições. Mais tarde esse instituto foi recepcionado inclusive na legislação romana, por imposição do Imperador Adriano, em 125 da era cristã.[3]
     Os Mistérios de Elêusis, como sabemos, era originalmente um festival realizado na cidade santuário do mesmo nome, pequena aldeia próxima á Atenas. Fundamentado no mesmo espírito que hoje patrocina as festas populares dedicadas aos santos e santas padroeiras das nossas cidades, esses festivais tinham o objetivo de homenagear a deusa Deméter, ou Ceres, que na mitologia grega era a divindade que protegia a agricultura, personificada como a Terra-mãe. Porém, diferente dos nossos festivais religiosos modernos, o festival de Elêusis tinha características notadamente iniciáticas, pois contemplava uma parte não aberta á população, na qual somente pessoas escolhidas podiam participar. Esses eram os chamados “iniciados” nos Mistérios de Elêusis, a quem eram conferidos importantes segredos iniciáticos, que iam desde conhecimentos científicos, políticos e sociológicos de alta relevância para a própria sociedade grega em geral, á segredos da religião local, só acessíveis a alguns eleitos. Á estes iniciados eram revelados, segundo Platão, os verdadeiros significados dos mitos e alegorias das lendas gregas, que constituíam o essencial das crenças que dominavam o espírito do povo helênico.
    Deméter, a Terra-mãe, era vista pelos gregos como a mãe das almas, pois sua filha Perséfone, (conhecida pelos romanos como Prosérpina), representava não só a semente que é plantada para dar renovos á vida, mas também o arquétipo da própria alma humana, ou seja, a Psique, que morre e revive no seio da terra. Assim, os Mistérios de Elêusis, como os Mistérios de Ísis, no Egito, era uma representação ritual que tinha por objetivo homenagear os poderes da terra, capaz de gerar a vida a partir da morte. Dessa forma, se os desígnios de Deus (ou a natureza) agem assim com a produção da terra, assim será também com a vida espiritual do homem, cuja continuidade depende do mesmo processo morte-vida, vida-morte, para que a espécie continue e evolua.[4]
    Com as variantes de estilo, esses Mistérios eram praticados pela grande maioria dos povos antigos e sua fundamentação psíquica se apoiava no mito do sacrifício que se deve fazer á Mãe-terra para que ela outorgue, com benevolência, os seus frutos. Em muitos desses Mistérios, vidas de animais ou mesmo de pessoas eram sacrificadas á deusa. As lendas gregas estão cheias de histórias desses sacrifícios, onde, ás vezes, o sentimento humanístico do grego se revolta e levanta, no seio do povo, um herói para desafiar essas exigências, como nas lendas de Perseu, Teseu, Hércules e Prometeu. Nas civilizações da América pré-colombiana esses ritos eram praticados até a chegada dos colonizadores europeus, com os vencedores sacrificando no alto das suas pirâmides milhares de prisioneiros e deixando que seu sangue escorresse para as plantações com o objetivo de fertilizá-las. Mais do que um ritual de crueldade, próprio de civilizações bárbaras e ignorantes, esse costume era uma variante dos cultos em homenagem á Mãe-Terra. Isso mostra o poder dos arquétipos e o quanto eles conformam o comportamento das pessoas. Até na espiritualizada religião de Israel esse costume foi conservado, pois remanesceu na simbólica oferta do cordeiro pascal, como selo de Aliança entre o povo de Israel e seu Deus. E o Cristianismo, inspirado no simbolismo da religião judaica, fundamentou sua teologia em cima desse arquétipo, na mística oferta do sangue de Cristo, como o herói que se sacrifica pela salvação da humanidade.[5]   
     A própria Bíblia, com os episódios do sacrifício de Abraão e Jefté, mostra que nos primórdios da sua civilização, os israelenses também praticavam rituais de sacrifício humano para obter as graças da divindade.

 


     Não é sem razão que Cícero, o grande orador romano dos tempos de César, ao comentar os Mistérios de Elêusis, nos quais era iniciado, disse: “Muito do que é excelente e divino faz com que Atenas tenha produzido e acrescentado ás nossas vidas, mas nada melhor do que aqueles Mistérios, pelos quais somos formados e moldados partindo de um estado de humanidade rude e selvagem. Nos Mistérios, nós percebemos os princípios reais da vida e aprendemos a viver de maneira feliz, mas principalmente a morrer com uma esperança mais justa.”[8]
 

A metáfora da Árvore da Vida
 

Mas para que a Mãe-terra se renove e dê, perenemente, seus frutos, é preciso que o homem a cultive. Assim, a Árvore da Vida, que originalmente fora plantada por Deus para continuidade á Criação, a partir do momento em que o homem tornou-se consciente e capaz de fazer suas próprias escolhas, passou a ser cultivada por ele e dele depende para a sua produção. Assim é que pode ser entendida a redação bíblica quando diz que “o homem se tornou um de nós; para conhecer o bem e o mal. Agora, talvez ele estenda sua mão e tome também da árvore da vida, coma e viva para sempre”. [9]
    Metáfora mais eloquente do que essa para figurar os Mistérios que a própria natureza, ao engendrar e desenvolver um processo para a evolução da vida, não podia ser melhor urdida pela mente do ho-
mem. Pois aqui, como bem assinala Teilhard de Chardin, está o re
conhecimento de que na Criação de Deus, e mais especificamente, na humanidade, se desenvolve um plano de construção cósmica no qual o homem não é, como se já pensou, o centro nem a finalidade, mas sim, um eixo privilegiado de evolução. Quer dizer, o universo não existe para servir o homem, mas sim o homem para construí-lo e dar-lhe uma orientação. Não se trata de negar as teses antropocentristas e antropomorfistas, que colocam o homem como “medida” de todas as coisas, como ingenuamente pensavam os humanistas do passado, mas sim de reconhecer um novo humanismo, que sem destronar o homem da sua importância no processo de construção da obra de Deus, o coloca no seu devido lugar: o de uma função bem definida nesse processo.
     Porque ao cultivar a terra o homem tornou-se o responsável pela conservação da Árvore da Vida. Expulso da sua condição primitiva de inocência inconsciente, onde a própria natureza o alimentava sem que ele precisasse dar nada em troca, ele agora tem que concorrer para produzir esses frutos. Tornou-se Senhor do bem e do mal. Da caça, a pesca e a coleta dos frutos da terra ─ estado paradisíaco que Jesus descreve em seu discurso como aquele em que o Pai do Céu nos sustenta ─, á agricultura, a domesticação e a criação de animais, a industrialização e outras conquistas civilizatórias, a humanidade depende agora, da sua própria ação para sobreviver. E assim, o homem, que antes cultuava a Mãe-terra Deméter com sacrifícios de sangue para que ela lhes prodigalizasse seus frutos, hoje deve oferecer-lhe o sacrifício do seu trabalho e dar-lhe por fim, o seu próprio corpo como semente para que ela continue a sustentar a continuidade do fenômeno da vida. E foi assim que ele apropriou-se também da Árvore da Vida, pois na transmissão da hereditariedade o homem conquistou a imortalidade. E só nesse sentido conseguimos entender as metáforas bíblicas, especialmente ás que se referem á maldição imposta sobre a terra e o teor punitivo do trabalho, que encontramos na redação em Gênesis, 3:17: “ (...) maldita é a terra por tua causa! Com fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.(...) Com suor do teu rosto comerás pão, até voltares para a terra ─ pois dela fostes tomado ─ pois tu és pó e ao pó hás de retornar”.
     E dessa forma continuamos a praticar os Antigos Mistérios, mesmo, ás vezes, sem compreendê-los. Porém, o iniciado maçom, que ao enfrentar a Câmara das Reflexões, ao percorrer os subterrâneos da morte, ao caminhar, vendado, nas trevas, até que lhe seja desvelada a Luz, sabe agora a importância desse simbolismo. E que ao fazê-lo está simplesmente prestando a sua homenagem ao processo que fertiliza e mantém sempre florescente a Árvore da Vida.
Hiram Abbiff, o sacrificado da Maçonaria. Essa é razão de o símbolo da ressurreição, ou seja, o ramo de acácia, ser o arbusto com o qual o túmuo de Hiram foimarcado.


Hiram Habbif- O Sacrificado da Maçonaria
                   
      A Maçonaria, como se sabe, também presta o seu culto ao herói sacrificado. Todo maçom que tenha sido elevado ao mestrado na Arte Real já fez a sua marcha ritual em volta do esquife do Mestre Hiram Abiff, o arquiteto do Templo do Rei Salomão, assassinado pelos três companheiros ambiciosos, que queriam abreviar o prazo de seu aprendizado e obter os graus mais elevados sem o devido mérito. A alegoria da morte de Hiram é uma clara alusão ao mito do sacrificado. Ele está conectado, de um lado ao simbolismo da ressurreição e de outro lado ao mito solar. Pois nas antigas religiões solares, o Sol, princípio da vida, morria todos os dias para ressuscitar no dia seguinte, após passar uma noite em meio ás trevas.
     Assim como toda a teatralização dos Antigos Mistérios, mais do que uma simples homenagem á deusa Ceres ou Ísis, esses rituais simbolizavam a jornada do espírito humano em busca da Luz que lhe daria a ressurreição. É nesse sentido que a marcha dos Irmãos em volta do esquife de Hiram, sempre no sentido do Ocidente para o Oriente, nada mais é que uma imitação desse antigo ritual, que espelha a ansiedade do nosso inconsciente em encontrar o seu “herói” sacrificado (o sol?), para nele realizar a sua ressurreição.
    Ignora-se como e quando a Lenda de Hiram foi introduzida nos rituais maçônicos. Ela não é encontrada nos antigos documentos dos maçons operativos, embora Anderson, em suas Constituições, faça referência a um infausto acontecimento ocorrido durante a construção do Templo de Jerusalém, acontecimento esse que se referia ao assassinato de seu mestre construtor.[10] Muitos autores acreditam que essa lenda teria sido adaptada por Elias Ashmole (1617–1692), um conhecido intelectual inglês iniciado na Maçonaria em 1646. Ela teria sido introduzida nos rituais maçônicos por motivos políticos e ideológicos, conexos com acontecimentos da história inglesa nessa época.[11]
Evidentemente essa é só uma especulação. A verdade é que o Mito de Hiram está fundamentado em um arquétipo de origem muito antiga, que é o mito do sacrificado, cuja conexão com o mito solar é evidente. Sendo uma lenda arquetípica, ela se presta, como é obvio, a múltiplas interpretações. Pode ser associada a vários outros mitos, como o de Ísis e Osíris, da deusa Prosérpina, dos três descendentes de Cain (Jubal, Jabel e Tubal-Cain), á Noé e seus filhos, que segundo uma antiga lenda tentaram ressuscitar seu pai usando fórmulas cabalísticas.[12] E principalmente com a lenda de Tammuz, deus fenício que foi ressuscitado pela sua amada Astarte, mito esse que também tem sua variante grega na lenda de Adônis, o deus solar ressuscitado por Afrodite. Há quem veja paralelos também entre a Lenda de Hiram e a história da morte do filósofo Sócrates, acusado por três indivíduos invejosos de sua sabedoria. E não faltam aqueles que vêem na alegoria da passagem do Companheiro para Mestre uma clara alusão á Paixão e Morte de Jesus Cristo, traído por um discípulo (Judas), negado por outro (Pedro) e desacreditado por outro (Tomé).[13]
Tudo isso nos mostra a força do mito e a sua influência no psiquismo humano.
 
[1] Imagem: O Ramo de Ouro: Sir James Frazer, citado.
[2]Henry- Serouya, A Cabala- Sociedade das Ciências Ocultas, 1987.
[3]Dudley Wright- Os Ritos e Mistérios de Elêusis-Madras, 2004.
[4] Os Ritos de Elêusis eram realizados em duas etapas: anualmente, no santuário de Agras, no mês de fevereiro eram realizados os “Pequenos Mistérios”. E de cinco em cinco anos, em Elêusis, eram realizados os “Grandes Mistérios”.
[5] Expresso nas místicas palavras do profeta João ao batizar Jesus.: “ Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo”. João, 1:29.
[6] Sobre a  Lenda de Hiram na Maçonaria, ver a nossa obra “Conhecendo a Arte Real”, publicada pela Madras, citada. Sobre o Templo de Salomão e sua relação com o mito solar, ver também Alex Horne, O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica. Ed. Pensamento, 1998.
[7] Reis I- 8:5- Na imagem, gravura mostrando os maçons em volta do esquife do Mestre Hiram. Fonte: “Morals and Dogma”, de Albert Pike - Kessinger Publishing Co. 1992.
[8] Dudley Wright- Os Ritos e Mistérios de Elêusis, citado pg. 24.
[9] Gênesis, 3:22;23.
[10] Ver, nesse sentido Jean Palou- Maçonaria Simbólica e Iniciática, citado.
[11] Especificamente a chamada Revolução Puritana, liderada por Oliver Crommwel, que destronou o rei Carlos I, da Inglaterra, e promoveu a sua decapitação. Nesse caso, o Drama de Hiram teria por finalidade reconstituir o episódio da deposição e morte desse soberano, já que Ashmole e seus companheiros maçons eram partidários dos Stuarts.
[12] As expressões usadas no ritual de elevação á mestre maçom, que se referem á “carne que se desprende dos ossos”, as exclamações “ Ah! Meu Deus”, a marca do local onde Hiram foi enterrado com um ramo de acácia, etc.  são  oriundas da lenda cabalista que se refere á ressurreição de Noé.
[13] Tomé, o golpe na garganta: o descrédito da palavra. Pedro, o golpe no peito, no coração, a deslealdade; Judas, o golpe final na cabeça, a morte física.