Opinando e Transformando: PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA CARUSO

Nome: PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA CARUSO (PSEUDÔNIMO: OLIVEIRA CARUSO)

Breve Biografia:

Servidor público; revisor de textos; organizador de concursos literários, antologias e eventos literários. Sou administrador e advogado pela Universidade Federal Fluminense. Ademais, sou: comendador; membro de Academias de Letras e Artes e de grupos literários do whatsapp e do Facebook. Entre as minhas funções em Academias encontram-se: atual Presidente da Academia Brasileira de Trova; vice-Presidente da Academia Evangélica de Ciências, Artes e Letras do Brasil e secretário de Diplomacia e Comunicação da Academia de Letras do Brasil (seccional Minas Gerais). Nos grupos virtuais destacam-se minhas seguintes participações: no whatsapp sou analista cultural do grupo Poemas do Brasil (SE); membro do grupo Marcelo Escritor (BA) e membro do grupo Sem Fronteiras (RJ); na internet integro o Poetas del Mundo (Chile), o Recanto das Letras (Brasil), o Portal CEN (Portugal), a Antologia Logos (Portugal), o Varal do Brasil (Suíça) e o Poemas do Brasil (Brasil), além de estar em vários grupos do Facebook, sendo que raramente uso esta ferramenta.

1. Em sua opinião, o que é cultura?

Bem, prezado Dhiogo José Caetano, tendo em vista que você pediu a minha opinião, eu não posso "ir fuçar" o dicionário, embora esteja respondendo a esta pergunta diretamente do computador de casa (risos). Cultura, no meu entender, é um conjunto de manifestações que visam não somente a proporcionar lazer ao consumidor e mesmo ao praticante das mesmas, mas também dignidade e referência. Aliás, hodiernamente não há o que se falar apenas em cultura nos âmbitos nacional, regional, estadual e municipal, mas outrossim de cultura transnacional, mesmo que tal afirmação leve calafrios a muitos. Eu mesmo ouço predominantemente um tipo de música que genericamente (o Rock n' Roll) nasceu na década de 50 nos Estados Unidos e especificamente nasceu nos anos 60 na Inglaterra (o Heavy Metal, segmento no qual de fato me enquadro), mas que a olhos vistos se espalhou pelo mundo e se fundiu com o folclore e a musicalidade de diversas nações. Ouço bandas brasileiras, alemãs, inglesas, suecas, norueguesas, norte-americanas, holandesas, finlandesas, italianas e por aí vai, não sendo raro a incursão das mesmas por história e musicalidade local ou até mesmo de outros países. Por exemplo, há bandas brasileiras e finlandesas de Heavy Metal especializadas em mergulhar este estilo em música folclórica celta, sendo que não nos situamos perto da Europa (mais notadamente da Irlanda e outras nações às quais a cultura celta é tão cara) e muito menos de seu clima. E devemos ressaltar que a absorção de uma cultura estrangeira ou transnacional por membros de outro país gera uma posição defensiva por parte de muitas pessoas, que temem que o país perca sua identidade nacional. Compreendo o valor (para mim fundamental) da cultura nacional, mas deploro a xenofobia. Penso sinceramente haver espaço para todos, ou seja, penso que os tipos diversos de arte e de cultura em geral podem sim conviver em paz.

2. Você se considera um difusor cultural? Qual é o seu papel neste vasto campo da transformação mental, intelectual e filosófica?

Responderei a ambas as perguntas de modo convergente, sendo que devo partir de alguns pressupostos pessoais que venho praticando desde 2011, visto como já realizei quase 600 indicações de literatos e artistas plásticos a Academias, grupos literários, prêmios e antologias desde então. Faço gratuitamente entrevistas com literatos para o meu site (há 52 publicadas neste exato momento em www.reinodosconcursos.com.br). Como Presidente da Academia Brasileira de Trova, juntamente com os demais membros da Direção da Casa, busco revitalizar esta lançando mão de concursos-relâmpago de trova, jogos lúdicos para trovadores, o evento "Hora de Arte", interessantes palestras e outras atrações. Sou integrante de grupos artístico-literários no whatsapp, como o Poemas do Brasil (do Sergipe), o Sem Fronteiras (do Rio de Janeiro, meu estado natal) e o Marcelo Escritor (da Bahia), sendo que no primeiro eu tenho a tarefa de analista cultural, o que herdei de um grupo do qual não mais faço parte: o Café Poético Sergipano. Procuro participar de concursos literários e antologias virtuais e impressas, assim como lançar outros destes, para ajudar a manter viva a cena literária, sendo que nada raro convido a participar gratuitamente alguns colegas que não reúnem as desejáveis condições financeiras. Há umas três semanas fui entrevistado na Rádio Band News AM 1360 (Rio de Janeiro) por Arleni Batista, sendo que lá eu falei acerca do meu trabalho nas letras e ainda pude ler ao vivo uma trova minha e outras de colegas meus da Academia Brasileira de Trova, o que era um sonho meu já há uns quatro anos. Sempre que sou convidado a prefaciar obras de colegas não abro mão de fazê-lo a contento, mas também convido alguns para fazerem o mesmo quando tenho a oportunidade de lhes acarinhar o ego. Já doei boa quantidade de livros de autoria de colegas a bibliotecas públicas, como forma de eternizar seus nomes nelas. A partir dessas atividades, posso ter a consciência tranquila de saber que, ao ser indicado para uma Academia, medalha ou comenda, isto se deve a meu mérito pessoal, não apenas para arrecadação de dinheiro por parte das Casas. Por conseguinte, sem qualquer falsa modéstia, sim, eu me considero realmente um difusor cultural, uma vez que procuro divulgar o meu nome e o dos colegas no Brasil e onde mais eu tiver portas abertas.

3. Como você descreve o processo de aculturação, ao longo da formação da sociedade brasileira?

Não há como falarmos em cultura brasileira sem nos lembrarmos da miscigenação na qual o país mergulha sempre, uma vez que o Brasil abraça (a meu ver até mesmo de modo temeroso, por não ser feito de modo responsável pelos governantes e legisladores) cidadãos de povos díspares. Sempre soubemos que os brasileiros têm suas raízes nos indígenas, nos europeus, nos africanos e nos asiáticos, mistura que a meu ver é absolutamente salutar. Entretanto, surgiu um outro viés de uns tempos para cá. Obviamente tenho pena das situações dos sírios, dos haitianos, dos bolivianos, dos chineses, dos senegales, dos dominicanos e outros povos, mesmo porque eu nos vejo todos nós como filhos de Deus (eu abomino rótulos religiosos e não me ouso encaixar em algum, mas creio indubitavelmente em Deus). Veja bem: não desejo ser mal compreendido ou parecer xenófobo (o que iria de encontro ao fim da resposta à primeira pergunta sua), mas penso que primeiramente a suposta "pátria educadora" deve cuidar dos seus próprios cidadãos, o que a meu ver a mesma praticamente não faz. As portas da nação não podem ficar arreganhadas para quem simplesmente quiser chegar e se estabelecer de modo desordenado; deve haver critério para isso. Ademais, o Brasil é cada vez mais rico em diversidade, mas se acomoda no que tange a investir na educação e na cultura, sendo prova disso a forma com a qual o Ministério da Educação e da Cultura foi tratado este ano. Aliás, a meu ver, o termo "pátria educadora" é meramente uma brincadeira de mal gosto num país onde a absoluta maioria não tem nas veias o hábito de leitura e é analfabeta funcional (a mui grosso modo, situação daqueles que normalmente não compreendem textos que leem à sua frente); os governantes têm boa parcela de culpa nisso, mas, ao mesmo tempo, poucas pessoas são vistas indo a vending machines para comprar livros clássicos a R$2,00 ou R$3,00! Verbas são desviadas usualmente da Educação e da Cultura, mas o povo também precisa aproveitar mais as oportunidades que vislumbra.

4. A cultura liberta ou aprisiona os indivíduos?

Imagino que o envolvimento com a cultura nos liberte, uma vez que ampliamos a nossa visão e, com isso, o nosso horizonte a partir de então. Aliás, o fato de a cultura ser ampla, abarcando diversas possibilidades, como literatura, pintura, escultura, música, dança (confesso que, apesar de saber o seu valor, não ser admirador desta, o que o meu estilo musical predileto já explica... risos), gastronomia e várias outras corrobora decerto a minha resposta. Assim penso.

5. Que problemática você destaca na prática da difusão cultural?

Vejo como problemática justamente a não difusão da cultura! (risos) Isso porquanto cultura implica em ocupação do tempo ocioso, riqueza espiritual e entretenimento a sim próprio e até mesmo a outrem etc. Ela tem que ser tratada sem demagogia, ou seja, diversamente do modo como a educação vem sendo tratada desde o início do milênio (cotas diversas, aprovação automática... tudo para satisfazer o cliente, digo, o eleitor...).

6. Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância no cenário cultural brasileiro e mundial?

No que concerne ao download de arquivos, vivemos a expectativa hoje (dia 6 de agosto de 2016) de um novo marco na existência da internet no Brasil, sempre buscando extorquir lícita, mas imoralmente o dinheiro do combalido bolso dos cidadãos brasileiros. Conquanto hoje eu não mais me veja como um cidadão de esquerda (após a crise financeira em que o país inteiro foi afundado, majoritariamente devido a tanta falta de vergonha na cara por parte de nossos políticos), vejo este vindouro marco como atitude fria e pútrida de políticos e empresários do setor para sugar até a última gota de sangue do consumidor. Disse não me adequar mais à esquerda, mas não disse ter me tornado cidadão de pensamento capitalista selvagem; penso na posição centro-direita. Já no que tange a blogs, sites, perfis do facebook, twitter, grupos do whatsapp e outras ferramentas, vejo-as como algo deveras salutar à disseminação da nossa cultura! Os brasileiros realmente se engajam no uso de tais ferramentas, o que é espetacular! Inclusive editoras costumam dar exemplares de lançamentos seus a blogueiros que comentem tais obras, o que considero decerto fantástico! Há até mesmo editoras que remuneram tais blogueiros!

7. Qual mensagem você deixa para todos os fazedores culturais?

Conquanto eu realmente sinta que vivo num país que não costuma me ajudar a divulgar a literatura (o meu ramo principal de atuação na cultura), ainda assim não pretendo desistir deste ofício (que abracei mesmo sem ter me formado ainda em Letras). Na minha crença, há a seguinte hierarquia: em primeiro lugar, Deus; em segundo lugar, família (esposa) e parentela minha (mãe e irmã) e parentela dela; em terceiro lugar, amigos e cultura (literatura, música etc.); depois, o restante. Não posso confundir o devido lugar de cada "coisa". Se eu puser a literatura em primeiro lugar, ferirei a minha crença em Deus e as pessoas que amo, o que acabará prejudicando as minhas próprias ações no âmbito daquela, uma vez que serei cobrado a dar o devido valor aos seres que me circundam e que eu circundo. Logo, obedecendo ao antigo ditado "cada coisa tem a sua hora para acontecer", conseguirei manter a minha vida nos eixos e lutar pelas letras e até mesmo por outras artes. Aos demais fazedores culturais peço humildemente que, caso estejam atolados de tarefas (o que não raro é o meu caso e de outras pessoas que conheço), descansem um bocado ou repensem a sua rotina estafante, mas não deixem totalmente de lado o que lhes dá prazer.

Dhiogo J Caetano
Enviado por Dhiogo J Caetano em 23/09/2016
Código do texto: T5769725
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