A cidade encantada

A cidade encantada

Há muitos anos existia uma cidade mágica encantada onde tudo era perfeito poético, as pessoas eram alegres e estavam sempre sorrindo, nada às deixavam tristes elas sabiam sorrir nos momentos mais difíceis, não eram aceito pessoas ruins, invejosas, malcriadas e briguentas.

Era uma Sociedade justa, não existindo diferenças sociais, muito ligadas à filantropia e a caridade. Sendo assim, não havia tempo para fofoca e panelinhas.

O lema para o bom funcionamento da cidade era a humildade, apesar da maioria dos moradores serem de famílias tradicionais e bem abastadas, eram humildes, as porcarias da metidez, do nome, do nariz empinado, não tinha vez nessa cidade e logo era expulso e banido por toda a Sociedade encantonense.

A cidade localizada nos meios de montanhas dava um ar de aconchego, o clima ameno, ar pura, o céu azul em contraste com o verde das montanhas e dos vales se contrastava ainda mais com o azul refletido em um enorme e lindo lago com uma cachoeira. O gramado, as flores de várias espécies, borboletas e vários passarinhos que gorjeavam dando alegria. O dia era quente e sempre de noite esfriava um pouco pedindo um agasalho...

As ruas da cidade eram todas arborizadas, os troncos das árvores, sarjetas e sinais eram pintados de branco e a sinalização era perfeita, o lixo da cidade era todo reciclado, proibido a queimada e se algum morador ou usineiro praticasse a queimada seria preso, teria que pagar uma multa e prestar serviço para a comunidade. Com uma aeronave sobrevoando a cidade via-se nitidamente o desenho de uma águia. Por isso o sol brilhava muito e a cidade crescia e se evoluía cada vez mais. O prefeito da cidade era um Senhor muito distinto que levava a sua cidade e todos os moradores muito a sério e cuidava muito para que sua cidade não fosse invadida por crimes, roubos, boates, drogas, casas de prostituição, lixo... A preservação e o cuidado com a natureza eram prioridade, seguiam leis rígidas e se alguém a ferisse era preso e depois banido da cidade. Na cidade encantada não existia poluição.

A segurança, policiamento, Escolas publicas e particulares, Faculdades, Escolas técnicas, hospitais, creches, orfanatos, centros de saúde e lazer, asilo, Igrejas, cinemas, clubes, teatro, academias, praças, shopping Center, hotéis, lojas... Tudo era impecavelmente funcional. O mais importante de tudo era o respeito para com o ser humano e a natureza. Existia uma cadeia, mas era muito difícil alguém ser preso e quando prendia era por bebedeira. Ocorrências por acidentes na cidade nem existia, era muito difícil devido à perfeição das sinalizações e conscientização no trânsito e o respeito à vida. A cidade encantada que se chamava Encanto, ganhava todos os anos o Título de Cidade mais limpa, arborizada, hospitaleira e devido à beleza da sua localização, do clima e da água que curava, recebia muitos turistas e vivia praticamente do turismo, mas a base da economia era a uva e o trigo, mas a cidade praticava a policultura. Todos trabalhavam, os jovens começavam muito cedo a trabalhar e optavam pelo estudo noturno que era muito bom, pois Eles não precisavam sair de sua cidade natal para estudar fora, pois havia diversas Faculdades.

E a cidade encantada tinha muita vida, contadores de histórias, folclore, poetas, artistas, escritores, pintores... E muitos apaixonados...

Era lindo de ver os trigais balançando ao vento e as videiras com uvas de todas as cores enfeitavam a manhã de outono. Bia parou o seu carro, desceu e ficou parada ouvindo o barulho do vento e os trigais balançando, relembrou-a criança correndo de mãos dadas com Jaime. Lembrou das falas, dos sorrisos, da inocência e pensou: Onde estará Jaime?...Entrou no seu carro e foi embora pensativa e muito cansada da viajem, queria chegar a casa tomar um banho e dormir.

Um cheiro gostoso de café a despertou e ouviu conversa, risada e meio sonolenta com um camisolão de florzinha rosa e um chinelinho com um ursinho em cima desceu as escadas e foi para a cozinha e deparou com dois olhos azuis, sorriso largo, cabelo ruivo e desalinhado e disse: Bia, que saudades!...Ela olhou para sua Vovó Rosa, balançando a cabeça e a Senhora sorrindo disse:- Bia, minha querida não lembra mais dele, vocês eram grandes amigos na infância, é o Jaime. Oi Jaime, tudo bem! Quanto tempo! E os seus Pais estão bem?...E tentava conter a emoção. Ele veio até ela a abraçou, deu um beijo em sua face e disse baixinho: esperei-te uma vida inteira e agora não vou lhe perder outra vez e disse em voz alta, Eles estão bem!...E agora Você vai tomar o seu café e me contar toda a sua viajem e já foi se acomodando em uma cadeira ao lado da Vovó Rosa.

Casei com Felipe, ele era formado em economia e trabalhava como administrador da Fazenda do meu Pai e devido às exportações de vinho que meu Pai tinha que fazer para a Itália, ele montou um escritório e fomos para lá. Morávamos em uma cidadezinha pequena, muito bela e aconchegante no norte da Itália perto do mar mediterrâneo. No começo foi uma delícia, mágico, trabalhávamos no nosso escritório, sempre que possível fazíamos pequenas viagens, éramos um casal perfeito existia muita harmonia e paz. Sentia muita saudade da nossa cidade, do meu Pai, de todos, mas estava feliz. Passado um tempo o Felipe começou a mudar, estava diferente, começou a ter soberbia, a pensar só em dinheiro e começou a fazer muitas aplicações, só ficava atrás de Bolsa de Valores. Eu trabalhava demais e sozinha no escritório e meu Pai telefonava muito achando estranho o porquê do atraso do dinheiro das exportações e eu para não o preocupar desconversava.

Felipe se tornou um homem materialista, começou a perder todo o nosso dinheiro na Bolsa e não tinha mais sonhos, não conseguia enxergar a felicidade tão perto dele, queria enricar a qualquer custo passando na frente de tudo e de todos. Não era mais aquele homem que um dia eu amei e ele estava ficando ríspido e quando eu tentava conversar ele gritava e dizia que eu não entendia nada...

Vovó Rosa percebeu o meu cansaço e o meu desespero e disse:

- Jaime, outro dia Vocês acabam de conversar, pois agora eu quero conversar com a minha neta, estou com muitas saudades e logo ela terá que voltar para a Fazenda.

Despediu-se, e Ela ficou pensando na beleza e o aconchego daquele olhar.

Vovó, como o Jaime descobriu que eu estava aqui?...Eu telefonei para Ele avisando da sua chagada, pois sempre gostei dele é um moço muito virtuoso está sozinho e é um bom partido!...Ele tem uma rede de hotéis e chalés. Vovó!!!...

Passado uns dias estava passeando na cidade com a Vovó Rosa, vendo a beleza e ordem, era tudo tão lindo, perfeito e a Vovó parou em frente a um luxuoso escritório e ia entrando, quando Jaime saiu todo sorridente e disse:- Aonde vão as minhas princesas?...Abraçou Vovó e pegou na minha mão e adentrou no escritório. O escritório por dentro era simples, mas muita gente sendo atendidos, feliz, todos trabalhando incansavelmente e com muita classe. Naquele instante eu percebi a bela alma de Jaime, ficando incomodada com os meus sentimentos.

Conversamos, tomamos café e Vovó Rosa o convidou para ir jantar em casa.

Coloquei o meu melhor vestido, prendi meu cabelo com um rabo, coloquei um salto discreto e passei batom. Olhei-me no espelho e gostei do que vi. O jantar foi alegre, muitas risadas e conversas banais. Depois do jantar Vovó foi assistir ao seu programa favorito e eu e o Jaime fomos sentar na varanda, estava uma linda noite de lua cheia, mágica.

Então ele pegou na minha mão e disse: Bia querida não precisa se preocupar em contar o resto da história, pois agora eu já sei de tudo. O Felipe foi um canalha!...Sua Avó me contou. Ele lhe roubou e fugiu para a Grécia e seu Pai foi obrigado a fechar o escritório e que Vocês perderam muitos clientes. Eu já o conhecia pela fama de embrulhão que tinha na cidade é que Você ficava na Faculdade e na Fazenda e não sabia dessas coisas...

- Jaime eu sofri demais, fiquei sozinha em uma terra estranha, não dominava muito o italiano e tive que voltar e desfiz todos os meus sonhos!...Não fique triste Bia, lembra que está na cidade Encanto, tem uma vida inteira pela frente, não casou na Igreja, só no civil e já foi anulado e ainda bem que não ficou largada, é muito chato ser largada e nem se usa mais, a pessoa têm que se divorciar ou anular o casamento, refazendo a sua vida com a benção de Deus. E continuou...

- Bia, o Felipe é um coitado, perdeu algo tão precioso que é você, por causa da ganância, ele não roubou o seu Pai, mas quem foi roubado foi ele, pois se esqueceu de olhar a felicidade que estava tão perto. Sabe pessoas que vivem o tempo todo com apego ao dinheiro, posição social, manipulando as pessoas, mentindo, sacaneando, rindo dos outros, fugindo, se omitindo, não atendendo telefone, fazendo maldade... Sempre acabam sozinhas e infelizes.

Bia, eu quero você, me aceita como namorado, companheiro para uma vida inteira e deu-lhe um beijo bem demorado e foi correspondido.

A lua prateada no céu faiscava iluminando mais ainda o amor na cidade encantada, onde tudo era perfeito e o que não fosse iria acabar sendo, pois o que era sujo, feio e profano na cidade Encanto era varrido, sumia desaparecia como uma mágica.

O amor e o bem venceram e a águia voltou para o seu lugar, batendo as asas com o dever cumprido de mais uma tarefa.

Do meu livro: O Milagre da Vida

Sonia Maria Marques
Enviado por Sonia Maria Marques em 09/03/2013
Código do texto: T4179675
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.