TIPOS DE SUJEITO

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Estudos Gramaticais

Sujeito é o ser de quem se diz alguma coisa, e com quem o verbo concorda. Tem por núcleo um substantivo (ou o equivalente a um substantivo = palavra substantivada), um pronome ou numeral:

  O casarão todo dormia. (substantivo)

  O cantar / sempre traz alegria. (cantar foi substantivado pelo artigo)

  Seis deles andavam devagar. (numeral)

A determinação do sujeito está condicionada à existência de um verbo na estrutura da frase. Se uma frase não possui um verbo, ela também não possui um sujeito, nem um predicado, nem nada.

Há um artifício muito simples e prático para determinarmos o sujeito: perguntar antes do verbo "o quê?" (para coisas) ou "quem?" (para pessoas). Aconselho fazer as duas perguntas, porque antes de encontrarmos o sujeito não sabemos se é pessoa ou coisa: As aulas começaram. (o que ou quem começaram?) => As aulas (sujeito).

Observação: Normalmente o sujeito está no início da oração, mas pode também estar no meio e no fim: As provas / constam nos autos. => Nos autos, constam / as provas.

O Sujeito Será Simples Determinado quando apresenta um só núcleo que será sempre um substantivo, pronome ou numeral:

  As estrelas / brilham no firmamento. (o que brilha no firmamento?)

  Os jogadores / manifestaram sua insatisfação. (quem manifestou?)

  Os nossos guarda-chuvas / foram roubados. (o que foram roubados?)

No primeiro exemplo, o sujeito é as estrelas, mas apenas [estrela = núcleo] se relaciona diretamente com o verbo [estrelas brilham]. O artigo [as] relaciona-se com estrelas, portanto, é um acessório do sujeito. Considera-se também simples o sujeito constituído de substantivos sinônimos, que coordenados deixam o verbo no singular: Fonologia, fonêmica ou fonemática estuda os sons na sua funcionalidade. (Celso Luft, Moderna Gramática Brasileira, 2002, p.46.)

O Sujeito será Oculto ou Elíptico quando suprimindo por elipse, subentendido, recuperável na desinência verbal ou no contexto:

  Não farei nenhuma bobagem. (quem não fará: eu = sujeito)

Quando construímos: Fomos roubados, o sujeito está claro na desinência verbal; fomos é 1ª. pessoa do plural, portanto: Nós fomos roubados.

Atenção: A NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) reconhece apenas três tipos de sujeito: simples, composto e indeterminado. Reconhece também a existência de orações sem sujeito.

O Sujeito Será Composto Determinado quando apresenta mais de um núcleo: Pedro e Paulo / viajaram. (quem viajou?)

  Eu e ela / seremos felizes para sempre. (quem será feliz...?)

  Vozes, risos e palmas vieram lá de baixo. ( o que vieram...?)

O Sujeito Será Indeterminado quando existe um elemento ao qual o predicado se refere, mas não se pode identificar quem é esse elemento:

  Dizem maravilhas sobre o Rio de Janeiro. => Nesse caso, existe um elemento ao qual se atribui o ato de dizer, mas não se pode precisar quem é esse elemento.

  Os turistas sempre dizem maravilhas sobre o Rio de Janeiro. => Nesse caso o sujeito é determinado por os turistas.

 Para indeterminar o sujeito a língua portuguesa vale-se de um destes dois expedientes:

1º. Empregar o verbo na 3ª pessoa do plural:

  Roubaram meu lápis. (quem roubou o lápis?)

  Falam de novas demissões. (quem fala de...?)

Mas Atenção: quando o sujeito é um pronome indefinido - por exemplo, alguém - não é indeterminado. Sujeito indeterminado nunca apresenta pronome indefinido na oração. Sujeito representado por esse pronome será sempre simples: Alguém viu o livro? Ninguém viu o livro.

2º. Usá-lo na 3ª pessoa do singular acompanhado da partícula [se]:

  Precisa-se de datilógrafos (quem precisa?).

  Necessita-se de auxílio (quem necessita?).

Exceção: É preciso não confundir índice de indeterminação do sujeito com partícula apassivadora.  Em caso de dúvida consulte: Concordâncias de Verbos + Se. (clique no link)

A Oração Será Sem Sujeito quando traz um verbo impessoal (sem sujeito). Na oração sem sujeito não há agente humano, portanto, não existe sujeito. São verbos impessoais:

a) Os que denotam fenômenos da natureza: choveu, trovejou, nevou, anoiteceu etc.: Choveu e ventou muito ontem. / Anoitecia.

Mas Atenção: Se os verbos que denotam fenômenos da natureza forem empregados em sentido figurado, terá, normalmente, o sujeito: Choveram pétalas de rosas => o que choveu? Pétalas de rosas.

b) Os verbos ser, estar ou fazer que denotem fenômenos meteorológicos: Era manhã. / Será muito cedo? Como está o calor?

c) Com o verbo ser nas indicações de horas e datas e tempo em geral: Seriam quatro horas da tarde? / Era noite fechada.

d) Os verbos: haver (= existir), fazer (= tempo decorrido): Havia quatro alunos presentes. / Faz dez anos que cheguei.

Na dúvida consulte: Os Verbos Impessoais. (clique no link)

Qual a finalidade da oração sem sujeito? Serve para indicar fatos que acontecem independentemente de nossa ação ou desejo. ®Sérgio.

Para acessar aos 60 Exercícios + Gabarito, clique Aqui!

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Para saber mais sobre o assunjto do texto ver: Cegalla, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa; Editora Nacional, 2005. / Luft, Celso Pedro. Moderna Gramática Brasileira; 2ª Ed. Rev. e Atal. São Paulo: Globo, 2002.

Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me.

Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 12/11/2009
Reeditado em 14/09/2013
Código do texto: T1920439
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