“PARA EU FAZER” OU “PARA MIM FAZER”?

Em sentenças desse tipo, a preposição NÃO está regendo o pronome EU, mas o verbo FAZER, motivo pelo qual a ligação sintática deve ser "Para EU fazer”, e não "Para MIM fazer”.

Na lição do grande LAUDELINO FREIRE, a expressão “para mim ler” "trata-se de 'indisfarçável solecismo', que provém de uma falsa suposição, isto é, de que a preposição para esteja regendo o pronome, e não o verbo, como de fato ela está regendo." (Linguagem e Estilo, 3ª ed., Editora A Noite, s/d, p. 26).

Ensina o imortal gramático NAPOLEÃO MENDES DE ALMEIDA:

"Para mim fazer" – É erro freqüente no Brasil o emprego da forma oblíqua mim com função subjetiva. Não se deve dizer "Estas laranjas são para mim chupar", porquanto o mim está aí a exercer a função de sujeito. Correta, assim deve ficar a construção: "Estas laranjas são para eu chupar”.

Se dissermos simplesmente "Estas laranjas para mim", a construção estará certa (o mim tem agora agora função dativa), mas se a essa expressão acrescentarmos um verbo qualquer no infinitivo, o mim deverá ser substituído por eu, porque passará a exercer a função de sujeito desse infinitivo; o infinitivo é que, em tal caso, é regido pela preposição, e não o pronome: Estas laranjas são para quê? Para chupar. Quem vai chupar? Eu.” (Dicionário de Questões Vernáculas, Editora Atlas, 4ª ed., 1998, p. 398).

*OBSERVAÇÃO: Pode o PARA MIM aparecer seguido por um verbo no infinitivo, mas NÃO será sujeito do verbo. Quando isso acontecer, haverá uma pausa na leitura, marcada, às vezes, por uma vírgula, mostrando que o PARA MIM está separado do verbo e, por isso, não pode ser seu sujeito.

Exemplos:

PARA MIM, viajar neste momento é impossível. [= Viajar neste momento é impossível PARA MIM].

Reconheço que, para mim, estudar matemática é muito difícil. [= Reconheço que estudar matemática é muito difícial PARA MIM].

*Essa mudança de posição jamais poderá ser feita com PARA EU.