A ORALIDADE NA REGÊNCIA DO VERBO CUSTAR

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Estudos Gramaticais

Custar no sentido de ser difícil, custoso, moroso, é empregado popularmente em todas as pessoas com o significado de ter dificuldade, demorar:

● Custou a entender a lição. / Ele custou a chegar.

● Custo a crer. / Custam a vir. / Custamos a acreditar.

São as marcas da oralidade. Entretanto estas formas ainda não foram sancionadas pela gramática, embora já apadrinhadas pelos escritores modernos:

● "A menina custou a aparecer." (J. G. Vieira)

● "Custas a vir e, quando vens, não te demoras." (Cecília Meireles).

● "A árvore custara a cair." (Coelho Neto)

A regra normativa recomenda o emprego de custar, no sentido de ser difícil, custoso, como transitivo indireto, com a preposição [a]. Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca a pessoa, que será objeto indireto. Para evitar cair no emprego popular, empregue esse macete: Ele custou a chegar.

O que foi difícil, custoso a ele? Chegar.

Então, custou-lhe chegar. Ou: Custou a ele chegar.

● Maria custou a entender a lição.

O que foi custoso, difícil a Maria? Entender a lição.

Então, custou-lhe entender a lição. Ou: Custou a Maria entender a lição.

Exemplos:

● "Custa muito corrigir um erro." (A. Houaiss)

● "Custou-me muito a brigar com Sabina." (M. Assis)

● Custa-lhe reconhecer um rosto. ®Sérgio.

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Para maiores informações sobre o assunto ver: CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1996. / SIMÕES, Sérgio Lourenço. Regência Nominal e Verbal Sem Segredo. São Paulo: UNINOVE, 2009. V. 2.

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