“AMIÚDE” OU “A MIÚDO” ?
O notável filólogo lusitano CÂNDIDO DE FIGUEIREDO afirmava ser A MIÚDO [em duas palavras] corruptela do advérbio AMIÚDE. Por isso negava a forma A MIÚDO cunho de vernaculidade.
O renomado filólogo e linguista brasileiro HERÁCLITO GRAÇA, por sua vez, aceitava e tinha como boas as duas formas AMIÚDE e A MIÚDO, as quais muitos ainda usam sem qualquer preferência.
Exemplos:
“A avó inquiria A MIÚDO se o pequeno estava muito mal, se escaparia.” (Machado de Assis, Várias Histórias, p. 123). (destacamos)
"Porque esse homem cru amava particularmente o chicote e empregava-o A MIÚDO." (Machado de Assis, Páginas Recolhidas, p. 105). (destacamos)
As últimas, completas e excelentes versões eletrônicas dos Dicionários AURÉLIO e HOUAISS dão as formas AMIÚDE e A MIÚDO como sinônimas.
De nossa parte, preferimos o uso do advérbio AMIÚDE. Entretanto, jamais condenaríamos a forma A MIÚDO [preferida de Machado de Assis], porque condenar tal locução seria simplesmente ir de encontro aos fatos vivos da Língua Portuguesa.
Coisas da nossa inigualável Língua Portuguesa...