Tributo a "LEGIÃO URBANA"

Eu me lembro como se tivesse acontecido ontem. Mas já se passaram exatamente doze anos. Era uma sexta-feira. Naquela época, todas as sextas-feiras eram especiais. Éramos tão jovens e tínhamos todo o tempo do mundo. As ilusões não haviam fenecido, e ainda era cedo para nós.

Aproveitamos o dia que prenunciava o final de semana para comemorar, saímos do trabalho com o sol ainda alto, devido ao horário de verão. Fomos para o nosso “bunker” tradicional, um dos inúmeros “pés-sujos” que ladeavam o nosso escritório.

Trabalhávamos duro durante toda a semana, segundo o “Yuppie way of life”, vigente naquele tempo, e buscávamos toda a diversão que algum veneno anti-monotonia pudesse nos proporcionar, nos tempos livres. Éramos seis jovens típicos daquele tempo. Hoje, um tempo perdido.

Discutíamos sobre tudo, desde a mais recente fofoca do escritório até Freud, Jung, Engels e Marx. E apesar de acreditarmos no futuro da nação, havia tanta sujeira nas favelas e no Senado que sempre nos questionávamos: que país seria aquele?

O Rio de Janeiro já prenunciava o faroeste caboclo que é hoje, mas ainda ficávamos até mais tarde nas ruas, conversando, bebendo, namorando... Tentando descobrir como é que se diz: “ - Eu te amo” !

Lá pelas tantas, a rádio que municiava a música ambiente anunciou uma notícia tão inédita quanto improvável para nós: havia falecido na madrugada de hoje, à 1h, por infecção pulmonar, o cantor, compositor e líder da Legião Urbana, Renato Russo.

Ícone e porta-voz de toda uma geração, da minha geração, Renato foi a voz, o cérebro e o coração de toda uma época. Sabíamos de seu recolhimento e das suspeitas de que ele estivesse com AIDS, mas o lançamento de um novo CD, “A Tempestade”, apesar de tão belo quanto soturno, nos havia dado um novo alento. Mesmo depois de ouvirmos o anúncio de sua morte, custávamos a acreditar. No meu canto, eu repetia internamente: eu não vou chorar, eu não vou chorar... Acho que todos daquela mesa estavam pensando o mesmo, porque ninguém ousava falar palavra sequer.

Alguns começaram a cantarolar baixinho, a música que estava sendo reproduzida no alto-falante, como se não houvesse amanhã.

A noite acabou e certamente não fugiríamos mais com ele, ficaram as honras e promessas, lembranças e estórias. Enquanto estávamos indo de volta para casa, eu me lembrava de uma frase dele que dizia que não devemos cultuar heróis porque até mesmo estes têm os pés de barro...

Contudo, eu não queria de forma alguma me desfazer de meu herói. Se fosse só sentir saudade, mas tem sempre algo mais e seja como for, mesmo com os seus pés de barro, eu rabisquei um sol na calçada, com a fugacidade de um giz. Ou da própria vida. Mas tudo bem...

(Texto escrito por: Adão Flehr)

Não e facil para nos fãs vivermos esperando dias melhores, dias de lutas ou dias de glorias, sem escutar a voz de um grande Poeta, um Trovador Solitario, que continua a fazer a cabeça de inumeros jovens que nem ao menos viu ele cantar, muitos como eu não teve esse prazer de ver um Show, ou ver pela televião ao vivo, mais ele estara sempre vivo nas nossas mentes, nas mentes de todos nós Fãs, Adimiradores, Seguidores, da Melhor banda de Todos os Tempos,

Ominia Vincit.

DeeH Rios
Enviado por DeeH Rios em 06/04/2009
Reeditado em 10/04/2009
Código do texto: T1525443
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