Quem é ele?

É quando ele se desvenda que o mistério aumenta.

É quando olho em seus olhos que fico perplexo.

Seu olhar é fulminante e distante.

É transpassante e é oblíquo.

E é quando contemplo seu rosto que minha voz emudece.

Seu sorriso é luminoso.

É inocente e sincero. É cristalino e aquece!

Ele me intriga e me revela.

Me confunde e me ensina.

Me acalma e me enlouquece.

Me faz rir e chorar. Sonhar e lutar. Cantar e dançar.

Ele é corpo e é alma. É preto e branco. E é tão colorido!

Tão pobre e tão rico!

Ele me seduz e me santifica.

Me sacia e me inquieta.

Me arrebata e me eleva.

Ele chegou para mim quando se foi.

Enquanto lhe davam adeus eu lhe dizia oi

E desde então ele permanece.

Mãos que não se tocam

Espíritos que se entrelaçam.

Assim somos nós.

Ele nunca foi.

E ele sempre será.

E sendo tão doce, ele amargou tanto...

E tendo amargado tanto permaneceu doce.

Ele é tão meu! E é tão livre que não posso agarrá-lo.

Eu só posso observá-lo.