P U T A que P A R I U, Alma Nua...

 ...quer dizer, QUE COISA MAIS LINDA, minha amiga...!!!
 
Que diria o poeta que, mesmo entre nobres tantos, ainda se entende senhor supremo dos versos que lhe inspira e escreve se lesse tamanha grandiosidade expressando momentos da vivência duma simples pessoinha em comunhão com outras pessoinhas, com esse volume tamanho de sentimentalidades? Talvez não dissesse nada. Apenas entendesse enfim que grande mesmo são os pequenos que versam sobre um singelo abraço estranho como um grande gesto entre iguais; sobre o caminhar entre a mata de pés no chão, enquanto absorve sua energia reconhecendo sua força frente a tudo da forma magistral como faz; que capta com suavidade, sem traumas, a mensagem da importância da unidade que o ambiente tanto lhe impõe, se despindo de preconceitos tolos, harmonizando-se com a nudez amiga e segura, lançando para o infinito qual censura que, quiçá, outrora lhe tolhia; que canta até o desalento provocado pela inexorabilidade imposta pela fisiologia do gênero, ante a vontade da integração total com o manancial de prazer a sua disposição; que, ainda assim, com o incômodo dos percalços peculiar, não deixa de se render ao apelo sincero dos estranhos que logo deixariam de o ser. Sim, nada, nada diria o poeta, ainda que fosse um maior entre os maiores. Pois terá visto que o que o cair da tarde inspira a fazer, e feito é, perfeito estará. Como perfeito está.
 
Aqui, emocionado por deparar-me ao amanhecer, com tanta sensibilidade na alma e nos dedos desta pequena, registro também que foi um presente ter lhe conhecido. E lhe ver sentir-se como quem se liberta enfim...

- Ah, e o puta que pariu foi só pra não dizer que não falei das flores...  (minha informalidade. Ou não seria então eu). Sirva-se, pois, leitor/a amigo/a:
 
Alma Nua

Mãe terra germina em seu solo úmido sementes sem nomes. Os pés que pisam o solo, sentem o frio da terra, deixam suas marcas, faz o corpo arrepiar com o toque suave dos ventos. A mata grita sua força divina na dança das folhas e o canto em sinfonia florestal. Floresce o sentimento da unidade, despido de preconceitos inúteis, origem ancestral se faz presente, no corpo de mulher, homem e as vidas se entrelaçam no contato natural da existência.

Respira alma nua!

Na noite escura do céu nublado, o silêncio das estrelas, escuta a voz da confiança e adormece nos braços da amizade segura. A chuva que cai sobre o telhado seduz a paz e o medo infantil sucumbe a proteção da luz.

Dorme alma nua!

As águas banham o amanhecer, encharcam o dia de céu cinzento, gotas que caem alimentam a poesia adormecida e o desejo avassalador da integração a mãe natureza se desfaz no vermelho feminino. O orvalho brinca nas ideias e o riso se faz espontâneo na mente do adulto.

Acorda alma nua!

Entre laranjeiras, mangueiras, coqueiros, flores espalham seu perfume, suas cores convidam o azul do céu a ressurgir na ruptura da nudez amiga, nas margens cheias do rio, resplandece a liberdade do ser e a correnteza leva a censura para novos caminhos.

Liberdade alma nua.

A aceitação do pedido amigo, ilumina o dia de sol, O abraço emocionado une vidas desconhecidas emoção acolhe a verdade sincera. Ao cair da tarde, o sol se esconde entre as árvores, acorda os sentimentos do poeta, que vibra de felicidade a sua composição.

Sorria alma nua

Pois a chuva celebra a força da amizade grata.

Alodia Meira


Aqui de novo, preciso registrar que jamais imaginei que um dia postasse aqui algum texto de outra autoria sem que este me servisse o tema apenas como inspiração. Mas, como não me render a um poema de tamanha envergadura, enviado tão despretenciosamente para o meu e-mail, apenas por ter vivido junto com a autora, esse monte de vida?! Não. Este pecado não levaria comigo, jamais.