Lamúrias de um bobo

Estou em um quarto escuro.. Não consigo enxerga nada, zero. Não há luz alguma. Estou sozinho em um quarto deserto. Caminho e vejo que não há nada ali, nem uma saída que me possa me libertar daquela escuridão assustadora.

Depois do que me parece ser horas caminhando, eu desisto. Sento no chão e levanto minha cabeça para trás.

Minha mente vai pulando e pulando em assuntos variados, não consigo por tudo em ordem. Fecho os olhos e tento imaginar que vai ficar tudo bem, que estarei seguro.

Então acontece..

Como se fosse um refletor, a explosão ilumina todo o lugar. Dessa explosão que acontece acima e a minha frente, surge alguém.

Nunca vi ser igual antes. Ele tinha asas magníficas, seu olhos me encaravam como que se lendo meus pensamentos. Ele ainda pairava no ar no mesmo lugar onde surgira. Suas asas se movimentavam lenta e suavemente, apenas realçando a beleza dele.

Ele foi descendo, descendo e se aproximando cada vez mais de mim. O ar parecia que tinha fugido quando ele parou a minha frente. Nossos olhos estavam na mesma altura. Pude ver bem fundo em seus olhos, aquele brilho que havia em seus olhos me embriagava de um modo viciante. Aquele olhar me mostrava por tanta dificuldade que ele havia passado, sobrevivido, mas ele ainda estava ali, na minha frente.

Ele juntou seu corpo mais perto ainda do meu e me abraçou. O calor que irradiava de seu corpo me tomava por completo acabando com toda e qualquer possibilidade do frio se apoderar de mim.

Uma música lenta e suava começou a tocar. Era reconfortante. Ele pegou a minha mão e começamos a nos movimentar em sincronia com a música. Pairávamos alguns centímetros do chão depois descíamos.

A música silencia e ainda estamos abraçados. Minha cabeça estava em seu peito. Eu ouvia as batidas ritmadas do seu coração. E foi ai que percebi que tanto ele quanto eu não havíamos falado nenhuma palavra.

Ele afasta minha cabeça de seu peito e me olha novamente com aqueles incríveis olhos, segura minha cabeça com suas duas mãos e beija o topo da minha cabeça. Um beijo bem demorado.

Ele não precisava dizer palavra alguma. Eu me sentia seguro ali, desejado, em casa...

Ele encostou minha cabeça novamente em seu peito e voltamos a dançar sobre a sua luz que já clareava todo o lugar. E dançamos sem parar, sem se preocupar com o que viesse acontecer..

A minha escuridão finalmente se dissipara.

Cristiano Fontes
Enviado por Cristiano Fontes em 24/05/2015
Reeditado em 24/05/2015
Código do texto: T5253662
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