À ESPERA

Noite enluarada...

Estrelas cadentes borbulhando

Brisa suave nas ventas

E um destino empolgante à frente

Eta! Determinação danada!

Me move, me deixa matutando...

Meu pensamento à mil; depois, ideias lentas...

Sonho duradouro, face refulgente

Menina-Mulher! Desvairada...

Porquê? Estás me atormentando?

Cobra-de-quatro-ventas

Parece, enfeitiçar-me a mente!

Tento fugir desse desatino

Mas; minha compulsão é inevitável

Sou um fantoche, nas mãos dessa Mulher

Meus pensamentos me atordoam

Nesse turbilhão, perco o Divino...

Fico escravo, da Dona invencível

Tento muito resistir, faço o que puder

É mais forte que eu, o Amor, por essa Mulher!

A luxúria e a obsessão me povoam

Já perdi o meu tino

Não sei mais como vencer, o inexpugnável...

A responsabilidade... acho que vou perder

Meu compromisso, jaz outrora!

O que vou dizer, e agora?

Tomo mais um gole, pras ideias clarear

Bebruçado... Opa! Debruçado no balcão...

Parece que não aguento o timão

Balança de cá, balança de lá...

Crio coragem, pra casa vou... vou chegar

Calambeando... desculpe! Cambaleando, balouçando, eu vou...

Lembre-se, tu não podes oscilar!

Caio de joelhos, e vejo, estendida uma mão

Agarro-a com esforço, levanto; e ela não mais está

Do lado, escuto alguém gritar: ô pileque!

Respondo, que eu não sou moleque!

E minha estrada de novo, vejo em minha vanguarda

Desço a calçada, e direciono-me pro meio da rua

Quando lá chego; percebo bem pertinho...

Chegando de encontro, em alta velocidade

Um ônibus enorme e cruel; é, essa é minha parada!

Bum! Bum! Bum! Pancada crua!

Grito, em desespero! Mais em vão

De repente, noto; que ainda estou vivinho

E de posse de minha integridade

Olho pro lado, e percebo a Dona-Maria-Minha deitada!

Então ela ralha comigo, e mostra-se nua...

Credo! Que pena! Era só um sonho!

Do lado de lá, estava com uma Princesa

E de cá, acordo, com uma Bruxa, roliça e de verruga no nariz

É essa é minha realidade, minha sina, minha cerviz?

Espere um pouco! eu num sou nem casado!

Novamente, num suspiro! acordo...

E agora sim, eu tenho certeza

Tudo não passou de devaneio

Minha namorada, vinha vindo...

Toda magra e esbelta, de cabelos molhados e cheirosos

Que banho demorado!

Neste banco de jardim, eu até adormeci...

Hernandes Leão
Enviado por Hernandes Leão em 14/10/2011
Reeditado em 18/10/2011
Código do texto: T3277242