HOSPITALIDADE SERTANEJA

Se existe um povo hospitaleiro mais que o sertanejo eu desconheço. Seja vizinho, amigo, parente, forasteiro e..., ao chegar a casa dele, é recebido com águia fresca, café quente e uma merenda de tapioca, cuscuz com leite, bolo de batata, coalhada, queijo com goiabada e dai por diante. Uma comadre minha, viúva do terceiro matrimônio que, seguindo as filhas de Candinha tem o fígado branco, ‘pois o homem que a desposar morre cedo’. Deixemos a vida alheia de lado e vamos em frente. Um caixeiro-viajante, velho mercador na região pediu guarida a minha comadre, sendo prontamente atendido. A viuvona toda cheia de gracejo e depois de servir uma ceia à visita lhe indicou o quarto de hóspede com rede branca, toalha e sabonete. O mascate conhecedor da vida pregressa da anfitriã agradeceu os mimos e, escolheu o alpendre como dormitório alegando que, iria pegar uma brisa. No meio da madrugada a viúva acorda com o rosnado da cadela de guarda como estivesse no cio. A velha se levanta e grita: - Vendeião mete o pau nessa cachorra que ela deixar de latir. - Sinhá Dona, o pau eu já meti, só não consigo tirar.