O CASAMENTO DO GAFANHOTO
(Interação com a poesia de Vera Jacobina na delicada poesia  "TROCA DE VESTIDOS DE D. JOANINHA"...)


Fanho, falante,
gago e arfante,
porém elegante...

O gafanhoto
apaixonou-se
por uma Louva-Deus...

Ela, muito chique
pousada num pé
de Xique-Xique...

Gostava da ideia,
mas, jamais amaria
no amante, o chulé...

Imaginava-se casada...
Ela, uma "maneca" considerada...
Ele, um "maestro"... Podre o chulé!...

Não, ele é charmoso, dizia ela, dele.
Mas, tem esse defeito horroroso
nunca lavava o pé...

Tal e qual aquele sapo
que morava na lagoa,
a desperdiçar água à toa!

E nunca de núncaras se esfregava
pra retirar o "bodum" de seu pé,
cujo mau cheiro já se impregnara...

Ouvindo todo tipo de conselho
de amigos e parentes e vizinhos,
aceitou casar-se com o "mané"...

E o resto desse romance
sabemos que não tem chance,
mas, paro eu e dou breque...

Será que alguma "moleca" ou "moleque"
quererá continuar para seguir essa estória, que mais parece um samba-de-breque?

Eis o desafio!
Ou será que o fanho "fanhoto"
não lava o pé porque tem frio?!
 
Fernando Peltier
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 21/04/2013
Reeditado em 21/04/2013
Código do texto: T4251870
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