A saga da garrafa pet

Pet, esse é o nome da garrafinha da nossa estória, cujo maior sonho era chegar ao mar, mais especificamente, oceano atlântico. Seu ponto de partida, Goiânia. Quem iria ajudá-la? Nós mesmos, os seres humanos, moradores da cidade.

Pet começou sua jornada dentro de uma fábrica de garrafas, de lá partiu para receber o líquido doce e gaseificado que seria consumido por alguém num momento de sede. O grande momento chegou, Pet torceu para que a pessoa que a consumiria não a jogasse no lixo. Batata, pet foi jogada na rua, de dentro do carro, caiu no chão e rolou para perto do meio-fio, – maravilha, pensou ela. Por sorte era período chuvoso, Pet poderia ser transportada mais rapidamente para dentro de um bueiro, e de lá para dentro de um rio.

A espera foi longa, Pet aguardou pacientemente pela água, – nossa, essa água que não cai! Num golpe de sorte uma criança começou a chutar a garrafa, e utilizou justamente a entrada do bueiro como uma espécie de gol. Com um chute certeiro Pet entrou, estava mais segura, poderia aguardar a chuva lá. Alguns dias depois, eis que caem as primeiras gotas, Pet torceu para ser uma chuva forte, e foi, finalmente sua jornada começou, Pet chegou a um córrego, que depois foi para um rio.

Nossa amiga ficou maravilhada com a paisagem, não estava só, logo fez amizade com várias outras garrafas que foi encontrando pelo caminho.Algumas eram veteranas, já estavam no rio havia muito tempo, pois quando o rio enchia, elas iam pras margens e muitas vezes não saiam a tempo quando este ficava vazio, ficavam então presas nas margens, aguardando a próxima vez que as águas iriam subir. Pet não desejava isso, queria seguir seu rumo sem interrupções, desejava chegar rápido ao mar.

A jornada era bem longa, Pet conversou com peixes, não muito contentes com sua presença, viu macacos, florestas, sacolas plásticas,isopores, quanto mais se afastava da cidade, mais a paisagem ia ficando diferente, mais limpa, cheirosa, bonita, e sempre contando com a presença de companheiras como ela, cada qual com seu sonho. Pet passou por corredeiras, cachoeiras. Ficava imaginando como seria seu encontro com o mar. As paradas nos lagos de usinas hidrelétricas foram constantes, Pet ficava aflita cada vez que chegava a um lugar desses, achava que seria quase impossível passar, – nossa, quantos lagos, dizia ela. Pareciam o mar, de tão grandes, mas ela não queria isso, sonhava alto, queria ir longe.

Seu objetivo ficava cada vez mais perto, tudo isso graças a uma ajuda de uma criança que não havia sido educada para respeitar a natureza. Pet, depois de tantas aventuras, descobertas, alegrias e aflições finalmente chegou a seu destino, o mar. Toda aquela água salgada, as ondas, a paisagem, tudo era muito diferente, Pet estava deslumbrada, o mar era tudo aquilo que ela sonhava. Ela então se juntou a milhares de companheiras no oceano e juntas ficaram a girar e girar e girar, unidas numa gigante redemoinho de lixo.