Quem atirou o pau no gato?

Vamos lá

Eu conto

Você conta

Cada um escuta e fala

Essa é a alegria

De brincar com as palavras

Elas estão aqui dentro

Juntinho do coração

É preciso fazer

Silêncio... si.. lên... cio

Para nossa contação

As histórias mais bonitas

São cheias de aventuras:

Bichos, príncipes e sapos

Senta agora e me escuta...

Era uma vez um gato manhoso, um cachorro valente e um rato esperto. Pense do alvoroço, todos eles no mesmo espaço.

O gato manhoso era o xodó de dona Chica, uma senhora branca, de cabelos longos e óculos redondos, fazedora de queijos. já o cão valente era o guarda da casa, vivia no portão do sítio pastorando quem chegava, mas o desejo dele mesmo era abocanhar a perna do gato manhoso.

Certa noite, o rato esperto saiu do seu esconderijo atrás de roer um dos deliciosos queijos feitos por dona Chica. Como o gato era muito manhoso e não saía de perto de dona Chica, o rato esperto aproveitou o momento em que o cão valente estava dentro de casa jantando, dona Chica distraída, esqueceu uma colher de pau gigante na quina da mesa, bem perto do cesto que descansava o gato manhoso Totó!

O rato esperto saiu de mansinho do esconderijo, bem na hora que dona Chica partia o queijo, subiu pela cadeira, caminhou debaixo do pano de prato, usou o abafador de escudo, ainda passou por dentro do prato de sopa, derramou um copo com água e se escondeu atrás do depósito de açúcar.

Foi quando a água escorreu atravessando toda a mesa, até o final, caindo em cima da cabeça do cão valente que ainda jantava. O cão ficou furioso, sentiu o cheiro de rato por perto, no alvoroço, pôs as patas pesadas na mesa, apoiando-se na colher de pau que caiu sobre a cabeça do gato manhoso Totó.

O gato Totó soltou um miado tão forte que assustou dona Chica. Dona chica achando que era implicação do cão valente, expulsou-o da cozinha.

O rato esperto aproveitou o momento, deu um salto da mesa para a pia onde estava o pedaço de queijo cortado por dona Chica e o levou para o seu esconderijo.

De volta, dona Chica foi fazer carinhos no gato manhoso, enquanto eu, rato esperto, com o bucho cheiro de queijo, peguei minha viola e passei a noite toda compondo a seguinte canção...

"Atirei o pau no gato, Totó

Mas o gato, Totó

Não morreu

Dona Chica admirou-se

Do berro, do berro

Que o gato deu!!!

Miauuuuuuuu

Desse jeito aconteceu

Desse jeito tenho contado

Se gostou, bem

Se não gostou, obrigado!!!!